As vendas de títulos do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 2,462 bilhões em novembro, marcando o segundo melhor desempenho da série histórica, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O resultado fica atrás apenas do recorde alcançado em outubro, quando as emissões líquidas atingiram R$ 2,528 bilhões.
No mês de novembro, as vendas totalizaram R$ 5,764 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 3,302 bilhões. Deste montante de resgates, R$ 3,109 bilhões correspondem a recompras e R$ 192,5 milhões a vencimentos, momento em que o governo reembolsa o investidor com os juros correspondentes.
Os títulos indexados à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foram os mais procurados, representando 43,4% do total de vendas. Em seguida, os papéis corrigidos pela Selic, a taxa básica de juros, tiveram uma participação de 40,4%. Os títulos prefixados, que oferecem taxas fixas no momento da compra, corresponderam a 16,2% das vendas.
A demanda por títulos indexados à inflação reflete a expectativa de um aumento da inflação nos próximos meses. Paralelamente, o interesse por títulos vinculados à taxa Selic é impulsionado pelo patamar elevado da taxa, atualmente em 12,25% ao ano, que pode chegar a 14,25% ao ano até março de 2025, segundo o Banco Central. Essa perspectiva de alta continua a tornar esses títulos atraentes para os investidores.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 150,8 bilhões no fim de novembro, representando um aumento de 2,5% em comparação com o mês anterior (R$ 147 bilhões) e de 19,5% em relação a novembro de 2023 (R$ 126,2 bilhões).
Crescimento no número de investidores
O programa registrou a adesão de 317.934 novos investidores em novembro. O número total de investidores atingiu 30.553.287, um aumento de 14,8% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos, ou seja, com operações em aberto, alcançou 2.776.336, um crescimento de 13,6% no mesmo período. Em novembro, foram registrados 77.910 novos investidores ativos.
A participação de pequenos investidores no Tesouro Direto é notável, com 81,5% das 840.211 operações realizadas em novembro sendo de até R$ 5 mil. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 58,4% do total. O valor médio por operação foi de R$ 6.859,84.
Os investidores têm demonstrado preferência por títulos de curto prazo. As vendas de títulos com prazo de até cinco anos corresponderam a 73,3% do total, enquanto os papéis com prazos entre cinco e dez anos representaram 4,8%. Os títulos com prazo superior a dez anos alcançaram 21,8% das vendas.
O relatório completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional.
Como funciona o Tesouro Direto
Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto permite que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade de intermediários. Os investidores pagam apenas uma taxa semestral à B3, a bolsa de valores brasileira, que é responsável pela custódia dos títulos.
Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo utiliza para captar recursos para o pagamento de dívidas e outros compromissos. Em contrapartida, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido, acrescido de um adicional que pode variar conforme a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida no momento da compra, no caso dos títulos prefixados.
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