O setor de serviços, um dos principais empregadores da economia brasileira, apresentou uma queda de 0,9% em novembro, comparado ao mês anterior. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reflete uma retração após o setor ter atingido o pico da série histórica em outubro, iniciada em janeiro de 2011. Apesar do recuo, o acumulado dos 11 meses de 2024 ainda registra um crescimento de 3,2%.
Desempenho do Setor
Nos primeiros onze meses de 2024, o volume de serviços acumula alta de 3,2%. Em um período de 12 meses, o crescimento é de 2,9%. Comparado com novembro de 2023, houve um aumento de 2,9%. Segundo o IBGE, o setor de serviços está 16,9% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. A queda de 0,9% em novembro representa o recuo mais expressivo desde abril de 2023, quando houve uma diminuição de 1,8%.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE, ressalta que o resultado negativo de novembro não indica uma mudança na trajetória de crescimento do setor. Ele projeta que, mesmo sem crescimento em dezembro de 2024 em relação ao mesmo mês de 2023, o que ele considera improvável, o setor encerrará o ano com um crescimento de 2,9%, repetindo o desempenho de 2023. “Provavelmente vai ser o quarto ano consecutivo de crescimento”, afirmou Lobo.
Impacto nos Transportes e Serviços
O recuo em novembro foi mais concentrado em duas das cinco atividades pesquisadas: transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Lobo explica que essas quedas são uma correção após dois meses consecutivos de alta, e que o saldo dessas atividades nos últimos três meses ainda é positivo. O setor de transportes, que possui um peso de 36,4% na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), tem grande influência no resultado geral.
A queda no setor de transportes foi influenciada pela redução no transporte rodoviário de cargas, que está diretamente ligado à produção agrícola. “Esse modal está muito atrelado à produção agrícola, de insumos e fertilizantes”, detalhou Lobo. Outros fatores negativos foram a alta nos preços das passagens aéreas, que impactaram o transporte aéreo de passageiros, e a queda no transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Em contrapartida, houve altas nos setores de informação e comunicação (1%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).
Acumulado do Ano e Turismo
No acumulado dos 11 meses de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, o setor de serviços expandiu 3,2%, com taxas positivas em quatro das cinco atividades pesquisadas. O índice de difusão, que mede o percentual de tipos de serviço com crescimento, atingiu 61,4% dos 166 itens abrangidos pela pesquisa.
O índice de atividades turísticas também apresentou um recuo de 1,8% na passagem de outubro para novembro, mas ainda está 11,1% acima do patamar pré-pandemia. Segundo Lobo, “a alta dos preços das passagens aéreas em novembro exerceu uma pressão negativa importante sobre a receita real das companhias aéreas, o que acabou trazendo um reflexo negativo relevante sobre o indicador especial de turismo neste mês”. Apesar da queda mensal, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 9,2% em comparação com novembro de 2023, marcando a sexta alta consecutiva.
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