A indústria do Rio Grande do Norte registrou uma retração em sua produção no mês de dezembro de 2024, segundo a Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) em colaboração com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este movimento reverte a tendência de crescimento observada no mês anterior, mas é considerado usual para o período, devido à conclusão das encomendas de final de ano.
A pesquisa também aponta para um declínio no número de empregados do setor, após onze meses consecutivos de aumento. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) igualmente sofreu redução, alinhada com a desaceleração da atividade industrial. Os estoques de produtos finais, embora menores que no mês anterior, se mantiveram acima do nível planejado pelas empresas.
No que concerne às finanças, o quarto trimestre de 2024 revelou um cenário de piora nas condições financeiras para as indústrias potiguares. Os empresários expressaram insatisfação com suas margens de lucro e a situação financeira de suas empresas. O acesso ao crédito foi reportado como mais difícil se comparado ao trimestre anterior e houve uma aceleração no aumento do preço médio das matérias-primas.
Desafios enfrentados pela Indústria
A pesquisa da Fiern detalhou os principais obstáculos enfrentados pela indústria potiguar no último trimestre de 2024. Os empresários apontaram como maiores problemas:
- Competição Desleal: Informalidade, contrabando e dumping.
- Custos e Falta de Matéria-Prima: Dificuldade de acesso ou alto custo dos insumos.
- Taxa de Câmbio: Impacto das flutuações cambiais.
- Carga Tributária: Nível elevado de impostos.
- Insegurança Jurídica: Falta de clareza e estabilidade nas leis.
Expectativas e perspectivas
Para janeiro de 2025, as expectativas dos industriais do Rio Grande do Norte são majoritariamente pessimistas em relação à evolução das compras de matérias-primas, do número de empregados e do volume de exportações para os próximos seis meses. Apesar disso, ainda há uma perspectiva de crescimento, ainda que modesto, na demanda. Em contrapartida, a intenção de investimento demonstra um aumento pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando um possível otimismo futuro.
Diferenças entre pequenas e grandes indústrias
A pesquisa da Fiern também analisou os resultados por porte de empresa, revelando comportamentos distintos. As pequenas indústrias apresentaram:
- Estabilidade no emprego.
- Estoques de produtos finais em queda e abaixo do planejado.
- Insatisfação com a margem de lucro e situação financeira.
- Acesso ao crédito considerado normal.
- Previsão de queda na demanda, nas compras de matérias-primas, no número de empregados e na quantidade exportada.
Em contraste, as médias e grandes empresas indicaram:
- Recuo no número de empregados.
- Estoques sem alteração, mas acima do nível desejado.
- Satisfação com a margem de lucro.
- Boa avaliação da situação financeira.
- Maior dificuldade no acesso ao crédito.
- Perspectivas de crescimento da demanda, do número de empregados e das exportações.
- Estabilidade nas compras de matérias-primas.
Divergências em âmbito nacional
Comparando os dados do Rio Grande do Norte com os resultados nacionais divulgados pela CNI, observam-se algumas divergências. No Brasil, o estoque de produtos finais ficou abaixo do planejado pelas empresas, enquanto no RN, se manteve acima do esperado. Além disso, a pesquisa nacional apontou satisfação com a situação financeira, e expectativas positivas em relação ao número de empregados, compras de matérias-primas e exportações, o que não se verificou no panorama potiguar.
Para mais informações sobre a sondagem nacional, acesse o relatório completo: www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2025/01/SONDIND-dezembro2024-2.pdf.
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