A Petrobras anunciou a descoberta de um gigantesco reservatório de gás natural na Colômbia, o maior já encontrado no país. Localizado na margem equatorial colombiana, o poço Sirius-2, explorado em parceria com a estatal colombiana Ecopetrol, representa um marco significativo para a indústria energética.
De acordo com os cálculos do consórcio, o reservatório contém mais de 6 trilhões de pés cúbicos de gás in place (VGIP). Essa quantidade é suficiente para gerar uma produção diária de 13 milhões de metros cúbicos de gás por dez anos, representando um aumento de 200% nas reservas atuais da Colômbia.
Para ilustrar a magnitude da descoberta, a produção do poço Sirius-2 equivale a quase metade da produção diária de gás da Petrobras no Brasil (30 a 35 milhões m³/dia) e é três vezes maior que a capacidade do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, um dos principais produtores de gás do Brasil. A produção boliviana, para comparação, chega a 30 milhões m³/dia, com 12 milhões m³/dia destinados à importação para o Brasil.
Embora o potencial seja enorme, a Petrobras priorizará inicialmente o abastecimento do mercado interno colombiano. “Não pretendemos exportar. Ficará aqui, há demanda muito grande na Colômbia”, afirmou Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras, em entrevista à imprensa.
A exploração de outros dois poços na região, Buena Sorte e Papayuela, também está em andamento. A diretora expressou otimismo quanto ao aumento da produção, abrindo a possibilidade futura de exportação para o Brasil: “Aumentando significativamente o volume, viabiliza a exportação… Dedos cruzados, querendo mais gás para sobrar um pouquinho para o Brasil”, completou.
Situado no Mar do Caribe, a 77 quilômetros de Santa Marta, o poço Sirius-2 começou a ser perfurado em 19 de junho de 2024, em um bloco marítimo (GUA-OFF-0) com lâmina d’água de 830 metros. A Petrobras, por meio da sua subsidiária Petrobras International Braspetro B.V., detém 44,44% de participação no consórcio, enquanto a Ecopetrol detém os 55,56% restantes.
O investimento total estimado para as fases de exploração e desenvolvimento da produção é de US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 7,2 bilhões) e US$ 2,9 bilhões (aproximadamente R$ 17,4 bilhões), respectivamente. A Petrobras arcará com a parcela proporcional ao seu percentual de participação, conforme previsto no plano de negócios 2025-2029.
A Petrobras prevê o início da produção de gás em três anos, após a obtenção das licenças ambientais e a confirmação da viabilidade comercial. A obtenção da licença ambiental é considerada o maior desafio, segundo a diretora Sylvia Anjos: “A licença ambiental é um problema”. O processo envolve consultas prévias a 116 comunidades locais, etapa crucial antes da análise do estudo de impacto ambiental pela Autoridade Nacional de Licenças Ambientais (Anla), equivalente ao IBAMA brasileiro.
A área de exploração faz parte da margem equatorial, região considerada uma promissora fronteira de exploração de petróleo e gás. A Petrobras opera em outros quatro países além do Brasil: Argentina, Bolívia, Estados Unidos e São Tomé e Príncipe.
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