Governo prevê conclusão da fusão Gol-Azul em 12 meses e toma medidas para evitar aumento de passagens

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que o governo estima a conclusão da fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul em doze meses. A previsão, dada durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), considera o prazo estipulado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão responsável pela aprovação da operação.

Segundo o ministro, as empresas estão providenciando a documentação necessária para o processo de fusão. O governo já realizou reuniões com os presidentes da Latam, Azul e Gol, e está agendada para a próxima semana uma reunião com o presidente do CADE, Alexandre Cordeiro Macedo, para monitoramento e acompanhamento do processo. O ministro destacou que, caso a fusão se concretize, o governo não tolerará aumentos abusivos de passagens aéreas que prejudiquem a população. O CADE terá papel crucial nesse controle.

Detalhes da fusão

A Azul e a Abra, controladora da Gol, assinaram um memorando de entendimento em 15 de fevereiro para iniciar as negociações de fusão. A união resultaria em uma empresa detentora de 60% do mercado aéreo brasileiro. A concretização da fusão está condicionada ao fim da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, prevista para abril.

A nova companhia terá um conselho com três representantes da Abra, três da Azul e três independentes. A presidência do conselho será da Abra e a diretoria executiva (CEO) será da Azul, com John Rodgerson, atual CEO da Azul, assumindo o comando após aprovação do CADE e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Diante desse cenário, o Procon-SP busca esclarecimentos sobre direitos dos consumidores envolvidos.

O ministro também destacou a redução de 5% no custo das passagens aéreas em 2024, apesar da alta do dólar no final do ano. O governo atribui essa redução a medidas de controle e vê na aquisição de cerca de 50 novas aeronaves pelas companhias um fator crucial para o fortalecimento da aviação regional brasileira. Inclusive, a Azul suspendeu voos para 12 cidades e ajustou rotas.