O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira com alta de 0,80%, atingindo 128.228 pontos. A variação diária ficou entre 127.213 e 128.511 pontos. Apesar do volume financeiro de R$ 14 bilhões ter ficado abaixo da média de dezembro, o índice apresentou ganhos impulsionados por ações de setores cíclicos. Na B3, o giro financeiro totalizou R$ 19 bilhões.
O otimismo dos investidores foi atribuído à expectativa de avanços na agenda fiscal no final do ano, reduzindo o prêmio de risco dos ativos locais. Entretanto, o cenário político também influenciou o mercado, com o acompanhamento da saúde do presidente Lula, que passou por cirurgia de emergência. A aprovação, pelo Senado, dos nomes indicados por Lula para a diretoria do Banco Central também foi um fator considerado pelos investidores.
Entre as maiores altas do Ibovespa, destacaram-se as ações da Vamos (+12,08%), Carrefour (+7,67%) e Petz (+7,61%). Por outro lado, o setor de frigoríficos registrou perdas significativas, com JBS (-3,91%), BRF (-3,28%) e Marfrig (-2,06%) entre as maiores quedas do dia. Esse movimento ocorreu em um contexto de valorização do real frente ao dólar.
O dólar à vista fechou em queda de 0,58%, cotado a R$ 6,0469, após oscilar entre R$ 6,0185 e R$ 6,0710. A desvalorização da moeda americana foi mais acentuada contra divisas latino-americanas, interpretada por alguns analistas como um ajuste de portfólio de investidores globais após recente depreciação de ativos na região. O euro comercial também apresentou queda, fechando com depreciação de 0,87%, cotado a R$ 6,3651.
Em contraponto, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas, subiu 0,23%, atingindo 106,392 pontos. Já em Wall Street, os principais índices fecharam em baixa, influenciados principalmente pela queda de 6,7% nas ações da Oracle, após divulgação de resultados abaixo das expectativas. O Dow Jones caiu 0,35%, o S&P 500 recuou 0,30% e o Nasdaq teve queda de 0,25%. Apesar do otimismo com a inteligência artificial, que impulsionou as ações de computação em nuvem durante o ano, o balanço negativo da Oracle impactou negativamente o mercado.
Notícias positivas vieram de outras empresas: ações da Walgreens Boots subiram 18% após notícias de negociações para aquisição por uma empresa de private equity e ações da Alphabet avançaram 5,3% com o anúncio de um novo chip para computação quântica. Contudo, quedas expressivas nos setores imobiliário (-1,63%) e de tecnologia (-1,26%), incluindo a queda de 17% da MongoDB após a saída de seu diretor financeiro, limitaram os ganhos gerais.
Segundo Sylvia Jablonski, diretora de investimentos da gestora de fundos Defiance ETFs, "faz sentido que os mercados façam uma pausa, especialmente antes do CPI de amanhã". A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA na quarta-feira é aguardada como o relatório econômico mais relevante antes da decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve na próxima semana.
Na Europa, os principais índices acionários fecharam em queda após oito sessões de ganhos, com atenção voltada para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e os dados do CPI dos EUA. O Stoxx 600 caiu 0,52%, o DAX de Frankfurt recuou 0,08%, o FTSE de Londres teve queda de 0,86% e o CAC 40 de Paris caiu 1,14%. O CMC Markets prevê corte de 0,25 ponto percentual na taxa de depósito do BCE na quinta-feira. Os dados revisados do CPI da Alemanha não mostraram alterações em relação aos números previamente divulgados (2,2% em novembro, em base anual).
A situação fiscal francesa também permanece sob observação, com preocupações em relação à dívida pública do país. A inflação nos EUA e a decisão do Federal Reserve também são fatores que influenciam os mercados.
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