Economia

Haddad critica projeções do mercado financeiro e defende ‘releitura’ da economia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente as projeções do mercado financeiro, afirmando que são equivocadas e necessitam de uma “releitura”. A declaração foi feita durante entrevista à imprensa para detalhar o pacote de corte de gastos e a reforma do Imposto de Renda, em meio à queda da bolsa e à alta do dólar, que chegou próximo a R$ 6 na abertura do mercado.

Haddad apontou divergências significativas entre as previsões do mercado e os dados do governo. “Não é que errou pouco. O mercado chutou 1,5% de crescimento [do Produto Interno Bruto, PIB], e estamos com quase 3,5% de crescimento”, destacou o ministro, referindo-se a projeções do início do ano. Ele também contrastou a estimativa de rombo nas contas públicas: enquanto o mercado previa um déficit de 0,8% do PIB, o governo projeta um déficit de apenas 0,25% do PIB.

“O mercado também tem de fazer uma releitura do que o governo está fazendo. Nem em crescimento e em déficit o mercado acertou”, acrescentou Haddad. A discrepância, segundo o ministro, exige uma revisão completa das análises econômicas.

O governo divulgou na sexta-feira (22) a projeção de déficit primário de 0,25% do PIB. Entretanto, esta projeção exclui gastos fora do arcabouço fiscal, como:

  • Créditos extraordinários para a reconstrução do Rio Grande do Sul;
  • Recursos para o combate a incêndios florestais;
  • Pagamento de precatórios.

Considerando essas despesas, a estimativa de déficit primário sobe para R$ 65,3 bilhões (0,57% do PIB). Este déficit primário efetivo, que inclui os gastos fora do arcabouço, é o fator determinante para o endividamento do governo e um importante indicador internacional de solvência do país. A dívida pública bruta do governo geral é o principal indicador usado nas comparações internacionais para avaliar a solvência de um país.

Haddad deixou a entrevista para uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e líderes partidários. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, assumiu a coletiva e buscou acalmar o mercado. Ele reforçou que a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais será totalmente compensada pela elevação de impostos para quem recebe acima de R$ 50 mil mensais. “O governo não estaria apresentando a medida, se ela não parasse de pé do ponto de vista da compensação fiscal. Não abrimos mão de uma medida aprovada que não seja compensada”, declarou Durigan.

Haddad, anteriormente, havia afirmado que a reforma do Imposto de Renda se baseia em cálculos da Receita Federal desenvolvidos ao longo de anos. Para mitigar as preocupações do mercado, Durigan destacou a inclusão do novo Vale Gás e do programa Pé-de-Meia no arcabouço fiscal. Apesar disso, esses programas têm sido criticados por operarem com subsídios fora do Orçamento Federal e do limite de gastos, o que pode gerar questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU).

Para melhor compreensão da reforma tributária, recomenda-se a consulta ao estudo da reforma tributária. A inclusão de gastos fora do arcabouço fiscal é detalhada em documento oficial do governo.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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