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Governo recua e revoga norma sobre fiscalização de movimentações via Pix

Decisão vem após onda de fake news e repercussão negativa; governo irá editar MP para garantir que sistema de pagamentos não será taxado.

O governo federal decidiu nesta quarta-feira (15) que vai revogar a norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização sobre movimentações financeiras, incluindo o Pix, após forte repercussão negativa e disseminação de informações falsas nas redes sociais. O anúncio foi feito pelo secretário da Receita Federal, Robson Barreirinhas, em entrevista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

Segundo Barreirinhas, a decisão busca conter os danos causados pelas fake news. “Nos últimos dias, pessoas inescrupulosas distorceram um ato da Receita, causando pânico. Apesar de todo nosso trabalho, esse dano é continuado. Por isso, decidi revogar esse ato”, afirmou.

A norma revogada previa que instituições de pagamento, como fintechs, notificassem movimentações financeiras acima de R$ 5 mil por mês para pessoas físicas, equiparando essas exigências às já feitas para bancos tradicionais. A medida foi criticada por setores da sociedade, que temiam aumento da vigilância fiscal e possíveis tributações futuras, embora o governo tenha reiterado que o objetivo era combater grandes sonegadores.

Pix não será taxado, garante governo

Para reforçar o compromisso com a gratuidade e sigilo do Pix, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma Medida Provisória (MP). “A MP equipara pagamento com Pix a pagamento em dinheiro. O presidente Lula está para assinar uma MP para reforçar a gratuidade e o sigilo do Pix”, declarou Haddad.

O ministro destacou ainda que a MP proibirá diferenciação de valores entre pagamentos em dinheiro e via Pix, além de combater distorções causadas por desinformações. Haddad criticou a disseminação de fake news sobre o tema. “Nós não queremos contaminação de fake news para discutir o que está na lei. Quer discutir o texto de lei, vamos discutir. Mas inventar pretexto para manipular a opinião pública é inaceitável”, disse.

Haddad também enfatizou que as fake news prejudicam a tramitação de medidas importantes. “O estrago está feito por esses inescrupulosos, inclusive senador e deputado federal agindo contra o estado brasileiro”, afirmou. Ele reforçou que a Receita Federal segue resguardada pela lei de 2001, que já prevê o compartilhamento de informações financeiras com o órgão.

Impacto nas redes sociais e reação política

A polêmica ganhou força após um vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que ultrapassou 100 milhões de visualizações no Instagram. No vídeo, Ferreira sugeriu que o monitoramento de movimentações financeiras poderia levar à taxação futura do Pix, gerando grande repercussão entre trabalhadores informais e microempreendedores.

O governo Lula vai monitorar seus gastos. E o Pix não será taxado, mas é sempre bom lembrar… A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai. O Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, declarou Ferreira no vídeo.

O impacto do conteúdo fez com que o Planalto convocasse uma reunião de emergência com ministros e membros do governo. A repercussão também resultou em mudanças na chefia da Comunicação Social do governo, com a entrada do publicitário Sidônio Pereira, em uma tentativa de melhorar a estratégia digital da gestão petista.

Detalhes sobre a norma revogada

A norma da Receita Federal exigia que instituições de pagamento, como fintechs e operadoras de cartões, reportassem à Receita movimentações financeiras acumuladas acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. Antes, apenas bancos tradicionais estavam sujeitos a essa exigência, e os limites eram de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 5 mil para pessoas jurídicas.

De acordo com a Receita, a medida tinha como foco operações suspeitas de grandes sonegadores, não trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. A Receita também afirmou que não tinha acesso a detalhes das transações, como origem ou destino dos pagamentos, apenas aos valores globais movimentados.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, reforçou o objetivo da MP em proteger o Pix de desinformações. “Em razão desses crimes e golpes, determinamos que a AGU notifique a PF para a abertura de inquérito. É crime contra a economia popular”, disse Messias. Ele também mencionou notificações à Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para investigar os responsáveis pela disseminação das fake news.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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