Governo investe R$ 546,6 bilhões em agroindústrias até 2029

O governo federal anunciou um investimento maciço de R$ 546,6 bilhões em cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais até 2029. Este montante engloba R$ 296,3 bilhões de recursos privados e R$ 250,2 bilhões em linhas de crédito públicas, direcionados à Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil (NIB).

A iniciativa foi oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia no Palácio do Planalto, onde também foi assinado um decreto criando o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). O PNPIAF tem como foco impulsionar pesquisas e inovações na agricultura familiar, priorizando a transição agroecológica, a preservação dos biomas e a sustentabilidade.

“O impulso é para uma indústria mais inovadora, depois uma indústria mais verde, uma indústria mais sustentável”, declarou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em referência aos anúncios.

A NIB, lançada em janeiro de 2024, abrange seis missões voltadas à modernização e transição ecológica do parque industrial brasileiro até 2033. Além da agroindústria, o programa prioriza os setores de saúde, infraestrutura urbana, tecnologia da informação, bioeconomia e defesa, utilizando subsídios, empréstimos facilitados e incentivos a investimentos.

Do total de recursos públicos destinados à Missão 1 (agroindústria), R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024, com mais R$ 52,18 bilhões disponíveis até 2026. Os investimentos privados, estimados em R$ 296,3 bilhões, envolvem 10 organizações e associações do setor e devem ser aplicados até 2029.

Entre as prioridades da missão estão:

• Impulso à agricultura de precisão, com foco na produção nacional de drones;
• Fortalecimento da cadeia produtiva de fertilizantes e biofertilizantes, diminuindo a dependência de importações;
• Aumento da produção nacional de máquinas agrícolas e seus componentes.

O Banco do Brasil ingressou no Plano Mais Produção (P+P), o braço de financiamento da NIB, injetando R$ 101 bilhões em recursos. Com essa adição, o P+P totaliza R$ 507 bilhões em linhas de crédito, somando-se aos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES – R$ 259 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 63 bilhões), Finep (R$ 51,6 bilhões), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bilhões), Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões) e Embrapii (R$ 1 bilhão).

Um acordo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras visa fortalecer a produção de fertilizantes, abrangendo modernização de fábricas, capacitação profissional, desenvolvimento tecnológico, melhoria de infraestrutura e logística, transferência de tecnologia e desenvolvimento rural sustentável.

O Banco do Nordeste (BNB) também financiou a construção de uma nova fábrica de etanol de milho e sorgo no Maranhão, com R$ 600 milhões em investimento, totalizando R$ 1,3 bilhão com recursos privados incluídos.

A Finep, por sua vez, firmou dois contratos de R$ 250 milhões cada para inovação no setor agropecuário: um com a Ouro Fino Saúde Animal para o desenvolvimento de uma vacina inédita contra a doença de Glässer em suínos, e outro com a Lar Cooperativa Agroindustrial para soluções em alimentos e suprimentos para aves, utilizando automação e novas tecnologias.

As metas da Missão 1 incluem:

• Elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% ao ano em 2026 e 6% ao ano em 2033 (em 2023 foi de R$ 761 bilhões, com média de crescimento de 1,75% entre 2019 e 2023).
• Aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28% em 2026 e 35% em 2033 (atualmente em 25%, segundo o IBGE).
• Aumentar a tecnificação da agricultura familiar para 43% em 2026 e 66% em 2033 (atualmente em 35%).

Por fim, Alckmin também divulgou um balanço dos investimentos privados na NIB, totalizando R$ 1,831 trilhão, com destaques para infraestrutura urbana (R$ 1,06 trilhão), TIC (R$ 100,7 bilhões), setor automotivo (R$ 130 bilhões), aço (R$ 100 bilhões), papel e celulose (R$ 105 bilhões) e saúde (R$ 39,5 bilhões).