O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciaram que o Governo Federal fará um investimento de R$ 112,9 bilhões para o desenvolvimento da indústria de defesa nacional. Desse total, R$ 79,8 bilhões são provenientes de fontes públicas e R$ 33,1 bilhões de investimentos privados.
Os recursos serão alocados na chamada “Missão 6” da Nova Indústria Brasil (NIB), que visa fortalecer tecnologias estratégicas para a soberania e defesa do país. O anúncio foi feito durante cerimônia no Palácio do Planalto, marcando um ano do lançamento da NIB. Esse investimento ocorre em um momento em que o governo também discute temas como a isenção de IR até R$ 5 mil, mostrando um esforço amplo para fortalecer a economia.
O MDIC informou que o evento também celebrou a assinatura de um contrato entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Embraer para projetos de inovação no setor. Dentre os recursos públicos, R$ 31,4 bilhões virão do PAC Defesa, destinados a projetos como o desenvolvimento do caça Gripen, do avião cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.
A Finep também está investindo em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já alocados e uma previsão de mais R$ 331 milhões. Adicionalmente, o BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, com uma projeção de mais R$ 20 bilhões até 2026 por parte do BNDES.
Os investimentos privados, que totalizam R$ 33,1 bilhões, serão distribuídos entre os setores aeroespacial e de defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões).
Prioridades da Missão 6
A Missão 6 prioriza o fortalecimento de três cadeias produtivas consideradas chave: satélites, veículos lançadores e radares. De acordo com o MDIC, a escolha desses setores se baseou na existência de capacidades locais já estabelecidas, no potencial de geração de exportações de alta tecnologia e na criação de empregos qualificados. “Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados“, afirmou o MDIC.
O governo estabeleceu metas ambiciosas para o domínio de tecnologias críticas para a defesa, visando alcançar 55% até 2026 e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil detém 42,7% dessas tecnologias, que são definidas a partir de uma lista de 39 projetos estratégicos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Essa lista é estabelecida em conjunto pelo MDIC, pelos ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, pela Finep e pela Agência Espacial Brasileira.
O MDIC estima que a indústria brasileira conta com uma previsão total de R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. Desse montante, R$ 1,1 trilhão corresponde a investimento público, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), o braço financeiro da NIB, e de programas relacionados como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. O setor produtivo, por sua vez, anunciou R$ 2,24 trilhões em investimentos para fortalecer a produção nacional nos próximos anos.
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