O governo federal está considerando a redução do imposto de importação de determinados alimentos, como forma de mitigar o aumento nos preços que tem impactado o consumidor brasileiro. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, essa medida visa aumentar a oferta de produtos, contribuindo para a queda nos preços internos. A decisão surge em meio à crescente preocupação do presidente Lula com a inflação dos alimentos, que motivou uma reunião com ministros para discutir ações concretas.
Conforme Rui Costa, a lógica é simples: se o preço de um produto estiver mais baixo no mercado internacional, o governo facilitará sua importação para aumentar a oferta no mercado interno, forçando assim a redução dos preços.
“Todo produto que o preço externo estiver menor que o interno, vamos atuar. O preço se forma no mercado. Se tornarmos mais barata a importação, vamos ter atores do mercado importando. E vão ajudar a abaixar o preço do produto interno“, afirmou o ministro.
Medidas ortodoxas e inflação
O ministro destacou que o governo não adotará medidas “heterodoxas”, como congelamento ou tabelamento de preços, descartando qualquer intervenção direta nos supermercados. Ele ressaltou que a inflação atual é resultado de fatores externos, como a alta do dólar e a valorização de *commodities* no mercado internacional. “Nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização”, garantiu Rui Costa.
O ministro também mencionou a necessidade de adaptar hábitos de consumo diante de flutuações de preços e de oferta, citando o exemplo da laranja, cuja produção foi afetada por doenças tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Ele sugeriu a substituição por outras frutas caso os preços se mantenham elevados. “O preço internacional tá tão caro quanto aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir, em vez da laranja, outra fruta“, propôs.
Reunião com o presidente
A discussão sobre os preços dos alimentos ocorreu em uma reunião no Palácio do Planalto, convocada pelo presidente Lula, que se mostrou preocupado com os impactos da inflação sobre a população. Segundo Rui Costa, o presidente solicitou um levantamento sobre a evolução dos preços dos principais alimentos nos últimos anos e as perspectivas para 2025. O ministro reiterou que a convicção do governo é de que os preços são definidos pelo mercado e não artificialmente.
Foi destacado que a alta nos preços está ligada ao mercado internacional de *commodities* como café, soja, milho e laranja, cujos preços são definidos globalmente. O câmbio também exerce um papel crucial na definição dos preços, influenciando o custo de produtos importados. Segundo Rui Costa, “a convicção do governo brasileiro é de que os preços se formam no mercado, não são feitos nem produzidos artificialmente. Eles são realizados no mercado, seja no mercado internacional, que no caso tem relação forte com a questão do preço das commodities, seja com relação ao valor do dólar”.
Apesar de um ano de 2024 considerado climaticamente severo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um crescimento de 8% na safra geral brasileira para 2025, com destaque para produtos como arroz e feijão.
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