O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) representa uma oportunidade valiosa para trabalhadores com carteira assinada que almejam adquirir um imóvel. Diferentemente da crença comum, o saque do FGTS não se restringe a situações de demissão. É possível utilizar esses recursos para a compra ou construção da casa própria, tornando o sonho da moradia acessível mais cedo.
O FGTS, mantido pela Caixa Econômica Federal, acumula mensalmente 8% do salário de cada trabalhador, proporcionando um rendimento de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). A rentabilidade do fundo, apesar de modesta, representa uma segurança financeira para o trabalhador ao longo do tempo.
FGTS como Entrada no Financiamento Imobiliário
O saldo do FGTS pode ser um grande aliado na compra de imóveis residenciais. Ele pode ser utilizado como entrada no financiamento, o que reduz o valor a ser financiado e, consequentemente, diminui as parcelas. Segundo Jonata Tribioli, especialista em investimentos imobiliários, da Neoin Construtora e Incorporadora, "Ao utilizar o FGTS na entrada, você reduz o montante financiado, o que pode resultar em parcelas e juros menores".
Essa utilização estratégica do FGTS não apenas facilita a aprovação do crédito imobiliário, mas também possibilita um alívio financeiro a longo prazo, com juros e taxas mais baixos.
Utilização do FGTS para Amortização e Quitação
Além da entrada, o FGTS oferece outras possibilidades para quem já possui um financiamento imobiliário:
- Quitação total do saldo devedor.
- Amortização de parcelas, antecipando pagamentos e reduzindo o prazo ou valor do financiamento.
- Reserva de créditos futuros para diminuir o valor das prestações do financiamento.
A amortização pode reduzir em até 80% o valor de 12 parcelas consecutivas, o que, segundo Tribioli, "alivia o orçamento mensal". No entanto, o especialista ressalta que essa limitação visa garantir que o mutuário continue participando ativamente do pagamento do financiamento.
FGTS Conjugado: Uma Vantagem para Casais
Casais que trabalham sob o regime CLT podem somar seus saldos do FGTS para facilitar a compra de um imóvel em conjunto. Essa união de recursos aumenta o valor disponível para a entrada, o que pode reduzir o montante total financiado, as parcelas mensais e o tempo do contrato, resultando em economia de juros e taxas.
Restrições e Condições para Uso do FGTS
Apesar dos benefícios, o acesso ao FGTS para financiamento imobiliário tem algumas restrições:
- É necessário possuir saldo no FGTS decorrente de depósitos feitos pela empresa empregadora.
- O trabalhador deve ter, no mínimo, três anos de carteira assinada, consecutivos ou não.
- O imóvel a ser financiado deve ser urbano e para fins residenciais.
- O comprador não pode possuir outro imóvel em seu nome na mesma cidade ou região metropolitana.
- O valor do imóvel não pode ultrapassar R$ 1,5 milhão.
Vale a Pena Zerar o Saldo do FGTS?
A decisão de utilizar o FGTS no financiamento imobiliário deve ser tomada com cautela. Apesar da vantagem de reduzir o valor financiado e os juros, o trabalhador perde uma reserva em caso de demissão. Além disso, os depósitos no FGTS param quando o trabalhador é desligado da empresa, o que impacta a possibilidade de abater parcelas futuras.
Por outro lado, o rendimento do FGTS é menor que os juros cobrados em um financiamento, o que torna o uso do saldo vantajoso financeiramente. No entanto, a recomendação de Jonata Tribioli é que o trabalhador sempre mantenha uma reserva de emergência para imprevistos, e a necessidade de buscar apoio de um especialista financeiro pode ser útil na decisão sobre o melhor momento para usar o FGTS e como fazer o uso de forma mais vantajosa, seja para amortizar ou quitar o financiamento.
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