Um levantamento recente da Serasa revela que o número de brasileiros endividados alcançou a marca de 73,10 milhões em outubro, representando a segunda maior estatística do ano, ficando atrás apenas do pico registrado em abril. A pesquisa sinaliza um aumento preocupante na inadimplência no país.
A análise da Serasa detalha que a maior concentração de pessoas com restrição de crédito está na faixa etária de 41 a 60 anos, correspondendo a 35,1% do total. Em seguida, aparecem os indivíduos entre 26 e 40 anos, com 34,0%, seguidos por aqueles com mais de 60 anos (19,2%) e, por fim, os jovens de 18 a 25 anos (11,8%).
Liliam Carrete, professora de administração e finanças da FEA-USP, adverte que iniciar 2025 sem dívidas será um grande desafio, especialmente devido ao momento desfavorável para contrair novas obrigações financeiras. Segundo a especialista, as taxas de juros estão atingindo seus pontos mais altos nos últimos anos, o que eleva o custo do endividamento.
“Então me endividar significa que eu vou ter um compromisso de pagamento de altos juros e isso vai consumir minha renda futura. O ideal é o tentar diminuir ao máximo o consumo e pagar o máximo das minhas dívidas, para entrar em 2025 com a menor endividamento possível”, explicou Lílian.
Embora a redução do consumo seja crucial, Lílian reconhece que as festividades de fim de ano e a busca por recompensas podem dificultar essa tarefa. No entanto, ela enfatiza a importância de priorizar o sacrifício no presente para evitar o pagamento de juros elevados ao longo do próximo ano. “Mas é melhor que a gente pense em fazer um sacrifício agora do que pagar os juros muito altos ao longo do ano de 2025”, orienta.
Renegociação de dívidas também é apontada como uma medida essencial. Lílian recomenda que, ao perceber que as dívidas ultrapassam 30% da renda, é hora de buscar negociação, começando por aquelas com as maiores taxas, geralmente as do cartão de crédito. Quando a situação se torna insustentável, é necessário priorizar as despesas essenciais, como alimentação e moradia, e considerar a venda ou interrupção de pagamentos de bens como automóveis.
A professora alerta sobre os empréstimos, mesmo o consignado, que oferece juros menores, ainda podem apresentar custos elevados, iniciando com a taxa básica de juros do mercado de 15%. “E o banco vai pedir mais do que isso, então o custo também vai ser muito caro. Então mesmo com o consignado vai ser muito alto. Minha sugestão é evitar o endividamento”, conclui Lílian.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.