O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (28), com o mercado atento à divulgação de dados sobre a inflação nos Estados Unidos. Às 09h10, a moeda americana já se aproximava de R$ 5,85.
A expectativa é que as medidas tarifárias anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump possam impactar os preços de produtos e insumos no país, que já enfrenta dificuldades em alcançar a meta de inflação de 2% ao ano.
Na quinta-feira, Trump reiterou a intenção de impor taxas de 25% sobre produtos importados da União Europeia e afirmou que as tarifas sobre México e Canadá entrarão em vigor em 4 de março, juntamente com uma taxa adicional de 10% para a China.
Um aumento da inflação pode levar o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, a elevar as taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano. Essa expectativa de juros mais altos tende a impulsionar o valor do dólar em todo o mundo.
Às 09h10, o dólar registrava alta de 0,30%, cotado a R$ 5,8457.
No dia anterior, a moeda americana já havia subido 0,45%, cotada a R$ 5,8285, acumulando:
- Alta de 1,71% na semana;
- Recuo de 0,15% no mês;
- Perdas de 5,68% no ano.
A política tarifária de Donald Trump continua a influenciar os mercados globais. O presidente americano afirmou que a relação com a União Europeia é diferente daquela com Canadá e México, alegando que os europeus estariam se aproveitando dos Estados Unidos nas relações comerciais.
A União Europeia já se manifestou contrária às novas tarifas, sinalizando que responderá caso as taxações sejam aplicadas ao bloco.
O Ibovespa iniciou as operações às 10h. No dia anterior, o índice apresentou alta de 0,02%, atingindo 124.799 pontos, acumulando:
- Queda de 1,83% na semana;
- Perdas de 1,06% no mês;
- Alta de 3,75% no ano.
As bolsas da Ásia também fecharam em queda, refletindo as preocupações com as tarifas dos Estados Unidos. O índice Nikkei 225 do Japão fechou em queda de 2,88% a 37.155,50 pontos e o índice Kospi da Coreia do Sul caiu 3,39% a 2.532,78 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 3,28% a 22.941,32 pontos e, na China continental, o índice Xangai Composto teve baixa de 1,98% a 3.320,89 pontos.
O Bitcoin (BTC) registrou uma forte queda nas últimas 24 horas, chegando a cair mais de 8% por volta das 5h desta sexta-feira (28). Por volta das 9h40, a criptomoeda era negociada a cerca de US$ 80,1 mil, acumulando um recuo de 7,32% em relação ao mesmo horário de ontem, segundo o site CoinMarket.
Além do bitcoin, o ethereum (ETH) segunda criptomoeda mais negociada, também registrava forte nesta manhã (28). O ativo registrava uma desvalorização de 10,4% nas últimas 24 horas e era negociado a US$ 2,110 mil.
Como as medidas têm um caráter mais inflacionário, o mercado já passou a projetar que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode não prosseguir com o ciclo de corte de juros (que, inclusive, foi paralisado na última reunião). Com juros maiores, os investidores podem preferir não se arriscar tanto em ativos mais voláteis, como as criptomoedas, e alocar seus recursos em títulos públicos, por exemplo.
A maior criptomoeda do mundo em valor de mercado caiu até 7% nesta sexta-feira, para US$78.273, menor valor desde 10 de novembro e rumando para o quinto dia consecutivo de desvalorização.
O bitcoin acumula baixa de 16% nesta semana passada, a maior queda semanal desde o colapso da bolsa de criptomoedas FTX em novembro de 2022. Segundo a Coingecko, somente nesta semana o mercado de moedas digitais tem perda de meio trilhão de dólares.
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