Dólar opera com volatilidade em meio a tarifas de Trump e expectativas sobre o Fed

Dólar opera com volatilidade em meio a tarifas de Trump e expectativas sobre o Fed
Imagem de Loyloy Thal por Pixabay

Na manhã desta terça-feira, dia 11, o mercado cambial apresenta um cenário de instabilidade. O dólar, após um início de sessão em alta impulsionado pela confirmação das tarifas de 25% sobre o aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, exibiu volatilidade e chegou a atingir uma mínima de R$ 5,7789, representando uma queda de 0,12% no mercado à vista. Por volta das 9h30, a moeda americana retomou a trajetória positiva.

A valorização do petróleo tem exercido influência favorável sobre o real, atraindo fluxo comercial para o mercado à vista.

Inflação no radar

Investidores também estão atentos à desaceleração do IPCA de janeiro, que registrou um aumento de 0,16%, alinhado com a mediana das projeções do mercado. Em dezembro, o índice havia sido de +0,52%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%, também em linha com as expectativas, que variavam de 4,31% a 4,64%.

A difusão do índice de inflação oficial apresentou uma leve retração, passando de 69% em dezembro para 65% em janeiro, conforme dados da Terra Investimentos. Esse indicador mede a proporção dos 377 subitens do IPCA que registraram aumento de preços no período.

Repercussão das tarifas

A reação dos ativos locais às tarifas impostas sobre o aço e alumínio tem sido moderada, uma vez que a política protecionista de Trump é vista como uma estratégia de negociação para obter acordos mais vantajosos, a exemplo do que ocorreu com México e Canadá. O mercado aguarda a resposta do governo brasileiro e avalia a possibilidade de retaliação. Vale ressaltar que o Brasil, juntamente com México e Canadá, figuram entre os maiores exportadores de aço para os EUA.

Fontes indicam que o Brasil aguarda mais informações antes de se posicionar em relação às tarifas de Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, defendeu o diálogo, relembrando que, em 2018, um sistema de cotas foi negociado para mitigar os impactos. O governo brasileiro avalia a possibilidade de adotar uma estratégia semelhante, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá discutir o assunto com os ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) na tarde desta terça-feira, às 15h30.

Adicionalmente, Trump sinalizou que pretende anunciar tarifas recíprocas ainda esta semana e discutir medidas relacionadas aos setores automotivo, farmacêutico e de chips em breve.

Expectativas em relação ao Fed

Os investidores aguardam com expectativa a audiência semestral sobre política monetária no Senado dos Estados Unidos, agendada para as 12h, com a participação do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Espera-se que Powell aborde os possíveis impactos das tarifas sobre a inflação e as taxas de juros no país. Além dele, outros três dirigentes do Banco Central americano participarão de eventos públicos ao longo do dia: Beth Hammack, de Cleveland (10h50); John Williams, de NY (17h30); e a diretora Michelle Bowman (17h30).

Às 9h37 desta terça-feira, o dólar à vista registrava alta de 0,08%, cotado a R$ 5,7909, enquanto o dólar futuro para março apresentava queda de 0,07%, negociado a R$ 5,8065.

 

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