Dólar atinge R$ 6 pela primeira vez: Mercado reage à instabilidade

Nesta sexta-feira (29/11/2024), o mercado financeiro brasileiro vivenciou um dia de intensa volatilidade, culminando com o dólar comercial fechando a R$ 6,001, pela primeira vez na história. A marca histórica representa uma alta de 0,19% em relação ao fechamento anterior e supera a máxima do dia, atingida por volta das 10h15, quando a moeda chegou a ser negociada a R$ 6,11.

A instabilidade do dia reflete os anúncios governamentais de um pacote de corte de gastos e aumento do limite de isenção do Imposto de Renda, divulgados na quinta-feira (28/11/2024). Essa incerteza inicial levou a bolsa de valores a abrir em queda, mas o cenário se inverteu ao longo da tarde. O índice Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,85%, atingindo 125.668 pontos, após uma recuperação que reverteu uma queda de 0,53% por volta das 11h30.

Apesar do fechamento positivo da bolsa, a semana foi negativa, com o Ibovespa registrando uma queda de 2,46%, o pior desempenho semanal desde meados de setembro. O mês de novembro também fechou negativo para a bolsa, com uma retração de 2,9%. Em termos nominais, a cotação do dólar de hoje representa o valor mais alto desde a criação do real, com uma valorização semanal de 3,21% e uma alta de 3,8% em novembro.

O euro também apresentou alta, fechando o dia cotado a R$ 6,348, com um aumento de 0,41%. É importante destacar que o Banco Central não interveio no mercado cambial durante o dia.

As declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram cruciais para a estabilização do mercado. Pacheco condicionou o aumento da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil à situação fiscal do país. Posteriormente, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Haddad afirmou que o governo está disposto a rever as medidas do pacote fiscal se necessário. A declaração de Pacheco sobre a isenção do IR e a postura do ministro Haddad contribuíram para acalmar os ânimos do mercado.