O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou, em ata divulgada nesta terça-feira (17), a possibilidade de um ciclo de aperto monetário mais longo e intenso em 2025. A principal mensagem do documento é que o comitê não descarta elevar a taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano, para além dos aumentos de 1 ponto percentual já previstos para as próximas duas reuniões.
A decisão de elevar a taxa Selic para o patamar atual foi motivada pela avaliação de que houve uma piora adicional no cenário inflacionário. Segundo a ata, o Copom identificou uma deterioração nos determinantes de curto prazo, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e também nos de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação.
A deterioração do cenário inflacionário
Diante desse quadro, o Copom considerou necessária uma política monetária ainda mais contracionista. A ata registra que a decisão de elevar a Selic em 1 ponto percentual foi unânime, bem como a comunicação de que, caso o cenário esperado se confirme, novos ajustes de mesma magnitude devem ocorrer nas próximas duas reuniões.
Riscos e incertezas
Durante a discussão que embasou a decisão, o colegiado do Copom debateu duas dimensões principais. A primeira foi a magnitude da deterioração do cenário inflacionário de curto e médio prazo, que exigia uma resposta mais rápida para assegurar a convergência da inflação à meta. A segunda foi a materialização de diversos riscos, que tornaram o cenário mais adverso, mas menos incerto, permitindo ao Comitê indicar as próximas decisões.
De acordo com o documento, a extensão total do ciclo de aperto monetário dependerá do compromisso de trazer a inflação para a meta, da evolução da dinâmica inflacionária, com foco nos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções e expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Perspectivas para a Selic
Diante desse cenário, existe a possibilidade concreta de que a taxa Selic ultrapasse os 14,25% ao longo de 2025, conforme sinalizado pelo Copom. Essa projeção reflete a preocupação do comitê com a persistência da inflação e a necessidade de uma política monetária mais restritiva para garantir o cumprimento da meta.
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