O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (19) um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, elevando a Selic para 14,25% ao ano. Esta é a maior taxa desde outubro de 2016, período em que o Brasil enfrentava uma crise econômica e política intensa.
A decisão, que foi unânime entre os membros do comitê, representa a quinta alta consecutiva da Selic e reflete a preocupação do Banco Central com a persistência da inflação em um cenário de atividade econômica ainda aquecida. Em comunicado, o Copom destacou que o cenário recente é marcado por:
- Desancoragem adicional das expectativas de inflação
- Projeções de inflação elevadas
- Resiliência na atividade econômica
- Pressões no mercado de trabalho
Diante desse quadro, o Copom considera que uma política monetária mais contracionista é necessária para garantir a convergência da inflação para a meta estabelecida.
O aumento da Selic tem como objetivo conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo. No entanto, a medida também pode ter um impacto negativo sobre o crescimento econômico, já que juros mais altos tendem a dificultar o investimento e a produção.
Apesar do aumento da Selic, o comunicado do Copom sinaliza que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim. O comitê informou que, caso o cenário esperado se confirme, um ajuste de menor magnitude deverá ocorrer na próxima reunião, em maio. No entanto, o Copom ressaltou que a magnitude total do ciclo de aperto dependerá da evolução da dinâmica da inflação e de outros fatores, como as expectativas do mercado e o hiato do produto.
A decisão do Copom de elevar a Selic para 14,25% ao ano já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. As atenções se voltam agora para os próximos passos do Banco Central e para a divulgação da ata da reunião, que deverá trazer mais detalhes sobre as perspectivas da autoridade monetária para a inflação e o crescimento econômico.
O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.
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