O mercado de trabalho brasileiro apresentou um desempenho surpreendente em janeiro de 2025, com a criação de 137.303 vagas formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (26). O número, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, superou amplamente as expectativas do mercado, que projetava a abertura de aproximadamente 48 mil postos de trabalho.
O resultado de janeiro é fruto de 2.271.611 admissões contra 2.134.308 desligamentos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já havia sinalizado um desempenho positivo, antecipando que os números ultrapassariam a marca de 100 mil.
Além do expressivo aumento no número de vagas, o Caged também indicou um aumento no salário médio de admissão, que passou de R$ 2.162,32 em dezembro para R$ 2.251,33 em janeiro.
Apesar dos dados positivos, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, reagiu negativamente. O desempenho acima do esperado no mercado de trabalho reacendeu o temor de uma economia aquecida e, consequentemente, de pressões inflacionárias. Esse receio se sobrepôs à percepção de menor risco político após a aprovação de medidas do governo Lula.
O Banco Central tem monitorado de perto a evolução do mercado de trabalho, em função de seus impactos no consumo e na inflação, que influenciam diretamente as decisões sobre a taxa Selic. Um mercado de trabalho aquecido pode gerar pressões inflacionárias, o que poderia levar o BC a adotar uma política monetária mais restritiva.
Comef adverte sobre riscos no crédito
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central divulgou a ata de sua reunião de fevereiro, na qual expressa preocupação com o crescimento do crédito em um cenário de juros altos e endividamento elevado das famílias e empresas. O Comef observou que o crédito bancário continua a crescer, especialmente para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que já apresentam riscos e endividamento considerados altos.
Em relação às famílias, o Comef notou uma leve piora na qualidade das concessões de crédito não consignado, além da aceleração do crédito em modalidades de maior risco. O Comitê ressaltou que o cenário global também apresenta riscos que podem levar a uma reprecificação de ativos financeiros.
O Comitê enfatizou que políticas macroeconômicas que aumentem a previsibilidade fiscal, reduzam os prêmios de risco e a volatilidade dos ativos contribuem para a estabilidade financeira e melhoram a capacidade de pagamento dos agentes.
FGTS: saque-aniversário em debate
O governo federal, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, anunciou que publicará uma medida provisória para liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos trabalhadores demitidos sem justa causa que optaram pelo saque-aniversário. A medida está prevista para ser publicada na sexta-feira (28).
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