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Brasil recorrerá à OMC e cogita sobretaxar produtos dos EUA em resposta a tarifas de Trump

O processo na OMC pode ter dois desfechos: os EUA revisarem as tarifas ou a organização autorizar o Brasil a retaliar comercialmente.

O governo brasileiro vai acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A decisão foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao final de sua viagem ao Japão.

A medida é uma resposta às tarifas de 25% aplicadas por Donald Trump às exportações de aço e alumínio do Brasil desde 12 de março. Jornalistas questionaram Lula sobre o assunto no contexto do anúncio de Trump de taxar em 25% todos os automóveis fabricados fora dos EUA, incluindo o Japão.

Durante sua viagem, Lula priorizou a busca por novos mercados para cooperação industrial e transição energética, além do diálogo para retomar as negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão, a defesa do multilateralismo e do livre comércio. Este último será o tema central da reunião do Brics, sediada pelo Brasil em julho.

Em entrevista, Lula afirmou que o Brasil tem duas opções: Nós temos duas decisões a tomar: uma é recorrer na Organização Mundial do Comércio (OMC), que nós vamos recorrer. E a outra é a gente sobretaxar os produtos americanos que nós importamos. É colocar em prática a lei da reciprocidade.

O presidente complementou: Não dá pra gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar os outros produtos.”

A possibilidade de acionar a OMC já havia sido mencionada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável pelas negociações sobre o aço com os Estados Unidos. No entanto, esta é a primeira vez que Lula confirma a intenção de recorrer à organização. 

O processo na OMC pode ter dois desfechos: os EUA revisarem as tarifas ou a organização autorizar o Brasil a retaliar comercialmente. O governo brasileiro espera manter as negociações bilaterais para tentar retomar a política de cotas de exportação que vigorava até este ano. Contudo, há preocupação com a possibilidade de novas tarifas serem anunciadas, inclusive com a taxação de todas as exportações brasileiras.

Lula criticou as tarifas americanas, argumentando que elas podem provocar inflação nos EUA e prejudicar o comércio mundial. Eu acho que o presidente Trump, como o presidente dos Estados Unidos, tem o direito de tomar decisões. O que ele precisa é medir as consequências dessas decisões. Qual será o efeito dessa decisão? Eu, sinceramente, acho que vai ser prejudicial aos Estados Unidos. Isso vai elevar o preço das coisas e pode levar a uma inflação que ele ainda não está percebendo, disse o presidente.

Lula também expressou sua preocupação com o protecionismo: “Eu acho muito ruim essa taxação, porque ao invés de a gente facilitar o comércio no mundo, a gente está dificultando o comércio no mundo. E esse protecionismo não ajuda nenhum país do mundo. Não ajuda. Vamos ver as consequências disso”, concluiu.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 31 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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