O Banco Central (BC) divulgou seu Relatório de Inflação (RI) de dezembro, apresentando projeções que indicam um cenário desafiador para o controle da inflação no Brasil. Segundo o documento, a probabilidade de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrar 2024 abaixo do limite inferior da meta estabelecida é nula, enquanto a chance de superar o teto é de 100%.
Para os anos seguintes, as perspectivas também não são otimistas: em 2025, a probabilidade de o IPCA ficar abaixo do piso é de apenas 1%, com 50% de chance de ultrapassar o teto. Em 2026, as projeções apontam para 6% de chance de ficar abaixo e 26% de chance de ficar acima da meta. A meta de inflação definida é de 3% para 2024 e mantida no mesmo patamar para os anos seguintes, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções apresentadas pelo BC consideram dados disponíveis até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 10 e 11 de dezembro. O cenário baseia-se em taxas de juros extraídas da pesquisa Focus e em uma taxa de câmbio que inicia em R$ 5,95, evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue a curva futura nos primeiros seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. A projeção também considera bandeira tarifária “verde” para dezembro de 2024 e 2025.
Projeções da Inflação Mensal e Acumulada
O relatório do BC detalha as projeções para o IPCA nos próximos meses: 0,58% em dezembro, -0,08% em janeiro, 1,17% em fevereiro e 0,42% em março. Com base nesses dados, a estimativa é de uma inflação acumulada de 5% nos 12 meses até março. No trimestre encerrado em novembro, a surpresa inflacionária foi positiva, 0,42 ponto percentual acima do que havia sido previsto pelo BC. Para 2026, a projeção é que o IPCA fique em 3,6%.
Revisão do PIB
O Banco Central também revisou para cima suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 e 2025. As estimativas passaram de 3,2% para 3,5% neste ano e de 2% para 2,1% no próximo ano. O BC ressalta, contudo, que a perspectiva é de desaceleração para o próximo ano, impulsionada pela política monetária em curso, pela baixa ociosidade dos fatores de produção e pela ausência de um forte impulso externo.
O relatório aponta que o dinamismo da atividade econômica no terceiro trimestre deste ano motivou a revisão das projeções de crescimento. O PIB do terceiro trimestre desacelerou menos do que o esperado e foi impulsionado pelo consumo das famílias e pelos investimentos. Os setores da indústria e dos serviços apresentaram avanços, enquanto a agropecuária recuou. Os serviços de informação, o comércio e outros serviços também se destacaram. Os dados do quarto trimestre, segundo o BC, também apontam para uma nova expansão da atividade, sem sinais de desaceleração relevante.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.