Economia

Ata do Copom sinaliza novos cortes de 0,5 ponto na Selic nas próximas reuniões

Nesta terça-feira (8) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a ata oficial da reunião que decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5%. O encontro aconteceu na semana passada e fixou a taxa em 13,25%. Na ocasião, cinco diretores do Copom votaram pela redução de 0,5 ponto percentual. Essa foi a primeira participação dos indicados do governo Lula, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino em uma reunião do grupo. Ambos votaram pela queda de 0,5%, assim como Roberto Campos Neto, Carolina de Assis BarrosOtávio Ribeiro Damaso.

Outros quatro diretores votaram pela queda de apenas 0,25. “Um grupo defendeu uma redução da taxa de juros mais parcimoniosa. Para esse grupo, a própria sinalização do Comitê já enfatizava a cautela e a parcimônia em tal conjuntura. Na opinião desses membros, não se observaram alterações relevantes no cenário ou projeções do Comitê que justificassem uma reavaliação dessa sinalização”, afirma o BC sobre os defensores de uma queda menor, que foram voto vencido.

“Outro grupo considerou que a postura de política monetária em patamar significativamente contracionista permite um início do ciclo já no ritmo moderado considerado para as próximas reuniões, sem detrimento do comprometimento com a meta e a credibilidade da política monetária”, ressalta a ata do Copom.

“Esse grupo enfatizou alguns desenvolvimentos desde a última reunião, como a dinâmica recente de inflação mais benigna do que era esperado. A reancoragem parcial relativamente célere após a definição da meta pelo CMN e a adequação de recalibrar a taxa de juros real em função dos movimentos nas expectativas de inflação”, explica o Copom logo em seguida.

Logo após a reunião, um comunicado do Banco Central já havia sinalizado a projeção de que nos próximos encontros do Copom, novos cortes poderiam ser feitos. A ata que foi publicada nesta terça-feira confirma a posição, mas reforça que o ritmo de queda em 0,5 ponto percentual deve ser mantido. O texto reforça que o Copom julga ‘pouco provável’ uma intensificação no ritmo de cortes porque isso ‘exigiria surpresas positivas substanciais’.

Copom aponta expectativas de inflação

De acordo com a ata divulgada pelo Copom, as expectativas de inflação apresentaram reancoragem parcial desde a reunião anterior, em junho. O Comitê ainda afirmou que o ganho de credibilidade produzido pela reunião de junho do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabeleceu a meta para a inflação no ano-calendário de 2026. Bem como o seu intervalo de tolerância, nos mesmos valores dos vigentes para 2024 e 2025. E sem revisão das metas e dos intervalos anteriormente estabelecidos para os anos-calendário de 2023, 2024 e 2025.

“Além disso, o anúncio de que se adotará o sistema com meta contínua, cujas regras serão ainda oportunamente estabelecidas. Reduziu a incerteza sobre as metas dos anos subsequentes, também contribuindo para maior reancoragem”, descreve o documento. “Notou-se, por conseguinte, um impacto positivo nas expectativas de inflação logo após a decisão do CMN, reforçando a interpretação de ganho de credibilidade do regime de metas para a inflação”, complementa.

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