Economia

AliExpress, Shein e Shopee na mira: novo imposto vai encarecer compras internacionais

Atualmente, compras internacionais de até US$ 50 não pagam tributos federais, como o de importação, o PIS e a Cofins. Primeira parte da regulamentação da reforma foi enviada nesta semana ao Congresso.

As compras internacionais de até US$ 50, atualmente isentas de impostos federais e sujeitas a um imposto estadual de 17% (ICMS), passarão a ser taxadas pelo futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Este novo imposto afetará empresas como Shein, AliExpress e Shopee que operam com vendas de produtos e serviços através de plataformas digitais com sede no exterior.

A introdução do IVA é uma consequência direta da reforma tributária e consistirá na combinação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, tributo federal) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, imposto estadual e municipal). O governo planeja começar a implementação gradual do IVA a partir de 2026, com a transição completa prevista para 2033.

De acordo com o projeto de lei complementar que regulamenta a reforma, não haverá diferenciação de valores nas cobranças do IVA, aplicando-se uniformemente a todas as compras realizadas em plataformas estrangeiras. Importante destacar que o Imposto de Importação atual permanece inalterado pela reforma tributária, mantendo a isenção para compras de até US$ 50.

As novas diretrizes fiscais foram detalhadas por Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (25). Appy explicou que as compras de brasileiros que atualmente gozam de isenção de impostos federais, como imposto de importação, PIS e Cofins, serão normalmente taxadas pelos futuros impostos sobre o consumo (CBS e IBS).

A alíquota padrão do IVA será de 26,5%, semelhante à aplicada no mercado interno. A regulamentação dos procedimentos relativos ao novo sistema tributário ocorrerá entre 2024 e 2025, antecedendo o início da implementação do IVA em 2026.

Valores atuais

Desde agosto de 2023, a Receita Federal adota o Programa Remessa Conforme, que isenta de Imposto de Importação compras de até US$ 50 destinadas a pessoas físicas, enquanto os estados aplicam 17% de ICMS. Empresas participantes do programa devem informar à Receita sobre as compras, facilitando a liberação alfandegária.

Em uma movimentação para facilitar a adaptação ao novo sistema tributário, Bernard Appy destacou que empresas estrangeiras precisarão se registrar para recolher a CBS e o IBS. Roni Petterson Brito, auditor-fiscal da Receita, que também participou da coletiva, mencionou que o processo de registro será simplificado, seguindo padrões internacionais.

Appy reforçou a responsabilidade das plataformas digitais no recolhimento dos tributos. No caso de venda de software por uma empresa estrangeira a uma brasileira, se o tributo não for recolhido pelo vendedor, o comprador no Brasil será responsável por adicioná-lo ao preço final. Essa medida busca assegurar a arrecadação tributária efetiva e evitar a evasão fiscal.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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