As bolsas da Europa registraram um fechamento positivo nesta quinta-feira (5), influenciadas principalmente pelo corte de juros promovido pelo Banco da Inglaterra (BoE). O apetite por risco também foi reforçado pelos desdobramentos da política francesa, que sinalizaram a manutenção do governo atual e uma possível resolução para a crise orçamentária. Adicionalmente, o mercado reagiu às notícias sobre um plano de paz para a Ucrânia, supostamente proposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A sessão foi marcada pela divulgação de importantes balanços corporativos, o que contribuiu para que os principais índices de Londres e Frankfurt alcançassem novos recordes históricos de fechamento.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com uma alta de 1,23%, atingindo 545,17 pontos.
Decisão do Banco da Inglaterra
O Comitê de Política Monetária (MPC) do BoE decidiu, por sete votos a dois, reduzir a taxa básica de juros em 25 pontos-base, fixando-a em 4,50%. Duas autoridades defenderam um corte ainda maior, de 50 pontos-base, o que levaria a taxa para 4,25%.
Segundo análise do ING, a mensagem central do BoE é de “gradualismo”. O banco mantém a previsão de um total de quatro cortes de juros ao longo deste ano, projetando novas reduções em maio, agosto e novembro. Contudo, ressalta que a divisão dos votos sugere uma possibilidade de cortes mais rápidos.
Após a decisão do BoE, surgiram informações de que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, estaria considerando demitir a ministra das Finanças, Rachel Reeves, que, embora tenha apoiado o corte de juros, alertou sobre a fragilidade do crescimento econômico do Reino Unido. Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 1,21%, alcançando 8.727,28 pontos.
Cenário político na França
O governo francês superou uma moção de desconfiança no parlamento, e o orçamento do estado para 2025 foi aprovado. O primeiro-ministro, François Bayrou, utilizou poderes constitucionais para aprovar o projeto sem votação, o que gerou a moção de desconfiança. No entanto, apenas 128 legisladores votaram a favor da moção, número insuficiente para sua aprovação, que exigia 289 votos.
Para o Swissquote, o resultado “não altera a realidade da política instável de França, mas contribui para reduzir o diferencial entre os rendimentos alemão e francês, e isso é positivo para o sentimento”.
Possível plano de paz para a Ucrânia
O jornal The Daily Mail publicou um relatório vazado que sugere que Donald Trump pretende pressionar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a aceitar um cessar-fogo com a Rússia até a Páscoa. O acordo incluiria o congelamento do avanço russo, a proibição da adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o reconhecimento da soberania russa sobre os territórios anexados.
Destaques corporativos
Na temporada de balanços, a Maersk se destacou, com um salto de 6,35% em Copenhague, após a empresa dinamarquesa de transporte marítimo superar as expectativas de lucro e receita no quarto trimestre do ano anterior.
Os resultados do banco francês Société Générale também foram bem recebidos, impulsionando suas ações em 13,43% em Paris, onde o índice CAC 40 avançou 1,47%, atingindo 8.007,62 pontos. A companhia siderúrgica ArcelorMittal também apresentou um bom desempenho, com alta de 13,96% em Amsterdã.
Outros desempenhos notáveis incluem:
- Frankfurt: o DAX subiu 1,52%, para 21.913,01 pontos.
- Milão: o FTSE MIB teve alta de 1,48%, para 37.121,77 pontos.
- Madri: o Ibex35 avançou 1,61%, para 12.738,60 pontos.
- Lisboa: o PSI 20 ganhou 0,05%, atingindo 6.534,46 pontos.
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