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Conheça 8 curiosidades sobre a Bíblia e o Antigo Testamento

Bíblia Sagrada: história, curiosidades e fatos pouco conhecidos sobre o livro mais lido do mundo.

A Bíblia Sagrada é o livro mais lido e vendido da história da humanidade. Nenhuma outra obra atravessou tantos séculos, idiomas e culturas com tamanha influência. Traduzida para mais de 1.500 idiomas, é lida diariamente por milhões de pessoas ao redor do mundo — e o Brasil não foge à regra: segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope, a Bíblia é o livro mais lido no país, independentemente da escolaridade do leitor.

Apesar de sua popularidade, muitos ainda enfrentam dificuldades para compreender partes do texto, especialmente o Antigo Testamento, onde estão os relatos mais antigos, escritos em tempos e contextos muito diferentes dos atuais. Por isso, entender melhor a estrutura, a origem e as curiosidades por trás da Bíblia é essencial para quem deseja se aprofundar nessa leitura.

O que é a Bíblia?

A Bíblia é um conjunto de livros sagrados escritos por diferentes autores ao longo de aproximadamente 1.500 anos. Ela está dividida em duas grandes partes: o Antigo Testamento, que relata a criação do mundo, as leis de Deus e a história do povo de Israel; e o Novo Testamento, que apresenta a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, além dos ensinamentos dos apóstolos.

A palavra “Bíblia” vem do grego biblion, que significa “livro”. Mas na verdade, trata-se de uma biblioteca de 66 a 73 livros, a depender da tradição religiosa — católica, protestante ou ortodoxa.

Antigo e Novo Testamento: diferenças e ligações

O Antigo Testamento foi originalmente escrito em hebraico, com exceções em aramaico (Esdras, Jeremias e Daniel), e é composto por livros de natureza histórica, poética e profética. Já o Novo Testamento foi redigido em grego koiné, o idioma comum da época do Império Romano.

Entre o fim do Antigo Testamento (com o livro de Malaquias) e o início do Novo (com o evangelho de Mateus), há um intervalo de cerca de 400 anos, período conhecido como “período intertestamentário”, durante o qual não houve escritos canônicos.

Bíblia católica e Bíblia protestante: o que muda?

A principal diferença entre as versões da Bíblia católica e da Bíblia protestante está na quantidade de livros que compõem o Antigo Testamento. Enquanto a Bíblia católica possui 46 livros nesta parte das Escrituras, a versão protestante apresenta 39 livros. Os sete livros a mais presentes na tradição católica são: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico — conhecidos como livros deuterocanônicos, ou seja, “do segundo cânon”.

Esses livros foram escritos, em sua maioria, entre os séculos III e I a.C., e em línguas como o grego e o hebraico, refletindo o contexto histórico e cultural do período helenístico. Eles fazem parte da versão da Bíblia chamada Septuaginta, uma tradução das Escrituras Hebraicas para o grego, realizada por estudiosos judeus em Alexandria, no Egito, a pedido do faraó Ptolemeu II. A Septuaginta foi amplamente usada no tempo de Jesus e pelos primeiros cristãos, inclusive pelos apóstolos nas primeiras comunidades cristãs.

Por esse motivo, a Igreja Católica incorporou esses livros ao seu cânon oficial, reafirmando sua validade no Concílio de Cartago (397 d.C.) e, posteriormente, no Concílio de Trento (1546), como resposta à Reforma Protestante. Os reformadores, como Martinho Lutero, rejeitaram os deuterocanônicos por não fazerem parte do cânon hebraico tradicional — que contém apenas os 39 livros reconhecidos pelos judeus — e os classificaram como “apócrifos”, ou seja, não inspirados de forma canônica.

Ainda assim, os deuterocanônicos seguem sendo lidos, estudados e considerados inspirados pelos católicos, ortodoxos e algumas igrejas anglicanas. Esses livros trazem ensinamentos morais, relatos históricos e reflexões de sabedoria, com passagens importantes como a oração pelos mortos em 2 Macabeus, que fundamenta a doutrina católica do purgatório.

Além da diferença no número de livros, há também variações de tradução, organização interna e terminologia entre as versões. Algumas Bíblias protestantes, por exemplo, mantêm os livros apócrifos em uma seção separada, chamada de “livros intertestamentários”, apenas para fins históricos e literários, sem o mesmo status de inspiração divina.

Curiosidades sobre a Bíblia que poucos conhecem

Ao longo dos séculos, estudiosos e leitores descobriram fatos curiosos e fascinantes sobre as Escrituras. Abaixo, reunimos alguns dos mais interessantes:

📜 1. A Bíblia começa e termina de formas contrastantes

O Antigo Testamento termina com uma maldição, enquanto o Novo Testamento encerra com uma bênção: “A graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém.” (Apocalipse 22:21). Esse contraste evidencia a transição entre a antiga aliança baseada na Lei e a nova aliança fundamentada na Graça.

🗣 2. Moisés, personagem histórico, escreveu o livro mais antigo

Além de libertar o povo hebreu do Egito e receber os Dez Mandamentos, Moisés também escreveu o livro de Jó, considerado o mais antigo da Bíblia. Ele teria redigido a obra após passar 40 anos no deserto. Moisés é, inclusive, reconhecido por estudiosos como um personagem real da história.

🔠 3. Deus não é mencionado em alguns livros

Tanto o livro de Ester quanto o de Cantares de Salomão não mencionam a palavra “Deus” em seus versículos. Apesar disso, ambos foram considerados inspirados e fazem parte do cânon. “Cantares”, por exemplo, usa uma linguagem poética e simbólica para expressar o amor, muitas vezes interpretado como uma representação da relação entre Cristo e a humanidade.

🧠 4. Fé aparece só uma vez no Antigo Testamento

A palavra “fé” surge apenas uma única vez no Antigo Testamento, especificamente em Habacuque 2:4 — “o justo viverá pela sua fé”. Em contraste, no Novo Testamento, o termo aparece mais de 240 vezes, revelando a mudança de foco da religião da época da Lei para a era da Graça.

🦷 5. O valor de um escravo estava nos dentes

De acordo com Êxodo 21:27, se um dono arrancasse o dente de um escravo, era obrigado a libertá-lo. Essa lei mostra a valorização do ser humano em tempos antigos e é um exemplo das regras sociais presentes nas Escrituras.

📚 6. Jesus lia e ensinava o Antigo Testamento

Jesus nunca leu o Novo Testamento — afinal, ele ainda não existia. Toda sua base de ensino estava no Antigo Testamento, o qual ele conhecia profundamente. Quando menino, ficou dias no templo debatendo com mestres da Lei. Muitos judeus daquela época, inclusive, decoravam livros inteiros da Bíblia.

🔢 7. O número “7” é símbolo de totalidade

A simbologia bíblica também é rica. O número “7”, por exemplo, aparece em 375 versículos. Ele representa a perfeição e a completude. No Apocalipse, o número é recorrente: sete selos, sete trombetas, sete igrejas, sete anjos…

🧳 8. Um comerciante influenciou a montagem inicial do Evangelho

Marcião, um comerciante muito rico, viveu na atual Turquia e foi o primeiro a tentar organizar os textos que hoje compõem o Novo Testamento. Seu objetivo era excluir o Antigo Testamento, pois acreditava que o Deus descrito nele era distinto do Deus de amor revelado por Jesus. Sua versão foi rejeitada pela igreja, mas teve impacto na preservação de alguns textos e debates teológicos por séculos.

Por que conhecer a Bíblia?

Mais do que um livro religioso, a Bíblia é um registro histórico, cultural, filosófico e espiritual. Ela influenciou leis, costumes, obras de arte, literatura, política e até a forma como falamos. Termos como “bode expiatório”, “sal da terra” ou “olho por olho” têm origem bíblica.

Independentemente da fé de quem lê, a Bíblia oferece um retrato profundo da humanidade e de sua busca pelo sagrado. Seu conteúdo é vasto, complexo e cheio de significados que atravessam o tempo.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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