Cinema

IA revoluciona o cinema: filme argentino usa inteligência artificial para dublagem

O filme de terror e fantasia argentino The Witch Game, dirigido por Fabian Forte, está gerando debates na indústria cinematográfica por sua inovadora estratégia de dublagem. Em vez dos métodos tradicionais, a produção utilizou inteligência artificial para traduzir e dublar as falas dos atores em espanhol para o inglês, mantendo a essência das interpretações originais.

A trama de The Witch Game acompanha uma jovem que, ao ganhar um óculos de realidade virtual de aniversário, descobre uma escola de magia em um mundo paralelo. Inspirada no universo de Harry Potter, a película mescla elementos de fantasia com terror psicológico, visando atrair um público amplo e internacional.

A utilização da IA na dublagem apresenta vantagens significativas. A principal é a preservação da performance original dos atores, proporcionando uma experiência mais autêntica para o espectador. Além disso, a tecnologia reduz consideravelmente os custos de produção, o que é especialmente benéfico para filmes independentes com orçamentos limitados. Empresas como Papercup, DeepDub e ElevenLabs já estão desenvolvendo tecnologias similares, inicialmente direcionadas ao marketing e vídeos curtos, mas que estão ganhando espaço na indústria cinematográfica.

Entretanto, a técnica não está isenta de controvérsias. Atores de dublagem profissionais expressam preocupação com a possível perda de empregos. Apesar da capacidade da IA em imitar tons e emoções, a tecnologia ainda carece da profundidade e espontaneidade que um ator humano proporciona.

A questão ética também é central no debate. Surge a indagação: os atores têm o direito de vetar a clonagem de suas vozes? E, caso o uso seja autorizado, deveriam receber compensações por cada idioma adicional em que suas vozes geradas por IA forem utilizadas? Em Hollywood, casos como o de Robert Downey Jr., que ameaçou ações legais contra o uso não autorizado de sua voz e imagem, contrastam com a decisão de James Earl Jones de autorizar o uso de sua voz para futuros projetos de Darth Vader, demonstrando a necessidade de contratos que regulem o uso de clones de voz.

Embora as implicações éticas e trabalhistas sejam mais prementes em grandes produções, o contexto é diferente para projetos independentes como The Witch Game. Essa produção, com seu orçamento modesto, busca inovação para alcançar uma audiência global. O sucesso do filme poderá influenciar outros cineastas independentes a adotarem tecnologias de IA para ampliar o alcance internacional de seus trabalhos.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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