O Centro Espacial Kennedy da NASA registrou um ano de 2024 repleto de atividades, estabelecendo um novo recorde de mais de 80 lançamentos espaciais, tanto governamentais quanto comerciais. De missões tripuladas à Lua e a Júpiter, a variedade de projetos demonstra a intensa atividade no local. A expectativa para 2025 é de que esse ritmo se mantenha ou até mesmo se intensifique.
Primeiros meses do ano: missões lunares e suprimentos para a ISS
O ano começou com a primeira missão do programa CLPS (Commercial Lunar Payload Services), em 8 de janeiro. O módulo lunar Peregrine, da Astrobotic, lançado pelo foguete Vulcan da ULA, tinha como objetivo estudar a exosfera, as propriedades térmicas e os campos magnéticos da Lua. Apesar de ser o primeiro pouso lunar comercial dos EUA, a missão encontrou problemas de propulsão, impedindo o pouso. Em 18 de janeiro, a Axiom Mission 3, terceira missão privada à Estação Espacial Internacional (ISS), transportando uma equipe de quatro astronautas, foi lançada de 39A, realizando mais de 30 experimentos em microgravidade. Já em 30 de janeiro, a Northrop Grumman completou sua vigésima missão de reabastecimento à ISS, transportando cerca de 3719 kg de materiais científicos, suprimentos e equipamentos a bordo de uma espaçonave Cygnus, lançada pela primeira vez por um Falcon 9 da SpaceX.
Observação da Terra e novas conquistas lunares
Em fevereiro, o foco se voltou para a observação da Terra com o lançamento do satélite PACE (Plankton, Aerosol, Cloud, ocean Ecosystem) em 8 de fevereiro, a bordo de um Falcon 9. Este satélite irá estudar a vida na superfície do oceano, medindo a abundância e distribuição de fitoplâncton para ajudar pesquisadores a monitorar a saúde dos oceanos, a qualidade do ar e as mudanças climáticas. No mesmo mês, a Intuitive Machines fez história com a sua missão IM-1, cujo módulo lunar Nova-C pousou na região do Polo Sul da Lua, em Malapert A, em 22 de fevereiro. Ainda em fevereiro, a NASA realizou o teste de recuperação em alto-mar URT-11, simulando o retorno da missão Artemis II.
Missões tripuladas e a preparação para Artemis
Em março, a SpaceX Crew-8, com três astronautas da NASA e um cosmonauta da Roscosmos, foi lançada em 3 de março para uma missão de oito meses na ISS. No dia 21 do mesmo mês, a SpaceX realizou sua 30ª missão de reabastecimento comercial para a estação. O eclipse solar total de 8 de abril, que passou pela América do Norte, teve cobertura completa do Kennedy Space Center. Em maio, a Sierra Space entregou sua espaçonave Dream Chaser, um avião espacial não tripulado, para preparação de lançamento em 2025, que irá transportar toneladas de carga para a ISS. O mês também marcou a inauguração de uma placa comemorativa no local da antiga sede do KSC.
Boeing e a continuidade das missões
Em junho, o voo de teste tripulado da Boeing, usando a espaçonave Starliner, foi lançado em 6 de junho, com os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams a bordo. O lançamento do satélite GOES-U, último da série GOES-R da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), ocorreu em 25 de junho, de Launch Complex 39A. Em julho, a fase central do foguete SLS (Space Launch System) da missão Artemis II chegou ao Centro Espacial Kennedy, trazido pelo navio Pegasus. A Northrop Grumman fez mais uma missão de reabastecimento à ISS em agosto.
Europa Clipper e o fim de um ano intenso
Setembro marcou o pouso seguro da Starliner não tripulada em White Sands Space Harbor. Na sequência, em 28 de setembro, a SpaceX Crew-9, composta por um astronauta da NASA e um cosmonauta da Roscosmos, foi lançada para uma missão de cinco meses. Em outubro, o Mobile Launcher 1 foi movimentado para o Vehicle Assembly Building em preparação para a pilhagem do foguete Artemis II. O lançamento da sonda Europa Clipper, para estudar a lua Europa de Júpiter, ocorreu em 14 de outubro, a bordo de um foguete SpaceX Falcon Heavy. A Crew-8 retornou à Terra em 25 de outubro. Uma nova missão de reabastecimento à ISS, com mais de 2723 kg de suprimentos, foi lançada em novembro. O mês também viu o início da pilhagem dos segmentos dos propulsores para o foguete Artemis II. Para saber mais sobre os desafios tecnológicos envolvidos em missões espaciais, como o combate à poeira lunar, leia este artigo sobre tecnologias desenvolvidas pela NASA.
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