NASA Avalia Risco de Doença Descompressiva Ligada a Forame Oval Patente em Voos Espaciais

NASA Avalia Risco de Doença Descompressiva Ligada a Forame Oval Patente em Voos Espaciais
Imagem por stevepb via Pixabay

Um grupo de avaliação independente, convocado pelo Escritório do Chefe de Saúde e Médico da NASA (OCHMO), analisou recentemente os riscos de doença descompressiva (DCS) associados ao forame oval patente (FOP) em voos espaciais e testes terrestres. O FOP é uma abertura entre as câmaras cardíacas, que geralmente se fecha após o nascimento, mas persiste em cerca de 25% da população, podendo aumentar com a idade.

A DCS ocorre quando gases dissolvidos no sangue, principalmente nitrogênio, formam bolhas devido a uma rápida diminuição na pressão ambiente, como durante atividades extraveiculares (EVAs) no espaço, mergulho e aviação de alta altitude. Essas bolhas podem obstruir vasos sanguíneos, causar inflamação e danificar tecidos, resultando em sintomas como dor nas articulações (Tipo I) ou problemas neurológicos e cardíacos (Tipo II). Em casos mais graves, a DCS pode ser causada por êmbolos gasosos que chegam ao sistema arterial após passar por um FOP.

A Relação entre FOP e DCS

O FOP permite que êmbolos gasosos venosos passem diretamente para o lado esquerdo do coração e cheguem à circulação arterial, sem serem filtrados pelos pulmões. Este desvio pode aumentar o risco de eventos neurológicos, como um acidente vascular cerebral, especialmente em situações que aumentam a pressão no lado direito do coração. A preocupação da NASA reside no risco que o FOP pode trazer em atividades espaciais, principalmente durante as EVAs, nas quais os astronautas ficam sujeitos a uma menor pressão fora da espaçonave.

Objetivos do Grupo de Trabalho

O grupo de trabalho da NASA teve como objetivo:

  • Quantificar o risco associado ao FOP em protocolos de descompressão durante testes terrestres e EVAs, tanto em situações planejadas quanto em emergências.
  • Avaliar os benefícios e riscos do rastreamento do FOP em candidatos a astronautas e participantes de testes em câmaras pressurizadas.
  • Identificar medidas de redução de risco em indivíduos considerados mais vulneráveis à DCS devido ao FOP.
  • Recomendar pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos para mitigar os riscos da DCS relacionada ao FOP.

Participaram do grupo especialistas em cardiologia, medicina hipobárica, medicina espacial e saúde ocupacional militar. Após análise de relatórios, estudos e casos, o grupo concluiu que:

Principais Conclusões

  • Excluir ou tratar pessoas com FOP não elimina o risco de DCS, mas pode reduzi-lo levemente. Outros fatores fisiológicos têm maior impacto no risco de DCS.
  • Não se recomenda o rastreamento de FOP em participantes de voos espaciais ou testes terrestres devido ao baixo risco, conforme os protocolos da NASA.
  • A estratégia mais eficaz para reduzir o risco de DCS é assegurar um ambiente seguro, por meio de protocolos de pré-respiração eficazes e disponibilidade de tratamento rápido para sintomas de DCS, seja em terra ou no espaço.
  • Não são necessárias novas pesquisas para caracterizar a relação entre FOP, DCS e exposição à altitude devido ao baixo risco e à priorização de protocolos de segurança e tratamento.

O relatório completo está disponível no site da NASA OCHMO Standards Team. A agência espacial pretende utilizar as conclusões para proteger a saúde e segurança dos astronautas em futuras missões.

A fisiopatologia da DCS, embora ainda não totalmente compreendida, envolve a formação de bolhas de gás no sangue e tecidos, impactando principalmente o sistema circulatório, o que pode causar graves problemas de saúde.

A NASA reforça que, embora o FOP seja um fator que pode contribuir para os riscos de DCS, sua presença isolada não é fator determinante para o aparecimento da doença. O controle rigoroso das variáveis ambientais e uma capacidade de tratamento imediato são essenciais para a segurança da tripulação.

Para mais informações sobre mitigação de riscos de DCS, consulte o documento técnico OCHMO-TB-037.

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