Astrônomos confirmaram a existência de quatro exoplanetas menores que a Terra orbitando a estrela de Barnard, a estrela solitária mais próxima do nosso sistema solar, a apenas 5,96 anos-luz de distância. A descoberta representa um avanço significativo na busca por mundos fora do nosso Sistema Solar e foi liderada por Ritvik Basant, da Universidade de Chicago.
Os exoplanetas, difíceis de detectar devido ao seu tamanho diminuto e ao brilho fraco em comparação com suas estrelas, foram identificados através da análise da velocidade radial da estrela de Barnard. Este método mede as pequenas oscilações na posição de uma estrela causadas pela atração gravitacional dos planetas em órbita.
Basant expressou entusiasmo com a descoberta: “É uma descoberta realmente empolgante – a estrela de Barnard é nossa vizinha cósmica e, no entanto, sabemos tão pouco sobre ela. Isso está sinalizando um avanço com a precisão desses novos instrumentos em relação às gerações anteriores.“
A estrela de Barnard, também conhecida como GJ 699, desperta grande interesse devido à sua proximidade e por ser uma anã vermelha, o tipo de estrela mais comum na galáxia. O estudo de sistemas planetários ao redor de anãs vermelhas pode fornecer informações valiosas sobre a habitabilidade potencial desses mundos. Se você se interessa por exoplanetas, pode querer ler sobre como a atmosfera de exoplaneta desafia teorias de formação planetária.
As observações foram realizadas ao longo de três anos (112 noites) com o instrumento MAROON-X, instalado no telescópio Gemini North, no Havaí. A análise dos dados revelou a presença dos quatro exoplanetas, permitindo o cálculo de suas massas e períodos orbitais:
- Barnard b: massa de 0,3 vezes a da Terra, período orbital de 3,2 dias.
- Barnard c: massa de 0,34 vezes a da Terra, período orbital de 4,1 dias.
- Barnard d: massa de 0,26 vezes a da Terra, período orbital de 2,3 dias.
- Barnard e: massa de 0,19 vezes a da Terra, período orbital de 6,7 dias.

Devido à proximidade dos planetas com a estrela, as temperaturas seriam muito altas para a existência de água líquida na superfície, tornando-os inabitáveis. A composição exata dos exoplanetas permanece desconhecida, mas a hipótese mais provável é que sejam rochosos, semelhantes a Mercúrio.
A descoberta ressalta a dificuldade de detectar exoplanetas menores, mesmo em sistemas estelares próximos. Barnard e, com apenas 0,19 vezes a massa da Terra, é o exoplaneta de menor massa já descoberto utilizando a técnica de velocidade radial. O estudo mostra que a ausência de detecção de planetas semelhantes à Terra pode ser resultado das limitações tecnológicas atuais.
Os resultados da equipe foram publicados na revista The Astrophysical Journal Letters. Acesse o artigo científico.
Basant conclui: “Muito do que fazemos pode ser incremental, e às vezes é difícil ver o panorama geral. Mas encontramos algo que a humanidade espera conhecer para sempre. Essa sensação de descoberta é incrível.“
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