Latha Balijepalle, administradora sênior de banco de dados na NASA Ames, transformou seu trajeto diário em um catalisador para a realização de um sonho. Ao passar pelo Centro de Pesquisa Ames, no Vale do Silício, Califórnia, ela estabeleceu uma meta clara: trabalhar na agência espacial americana.
“Comecei a manifestar isso, pensando nisso todos os dias enquanto dirigia. Quando comecei a procurar um novo emprego, vi uma vaga e decidi me candidatar”, compartilhou Balijepalle, que hoje atua no Laboratório de Operações do Espaço Aéreo (AOL). Sua jornada, que começou em uma pequena cidade no sul da Índia, a levou a trabalhar com tecnologias de ponta na NASA, após uma mudança para os Estados Unidos. Inicialmente, Latha trabalhou com engenharia elétrica e tecnologia da informação, utilizando C++ e Python.
Uma Nova Jornada
A mudança para os EUA, impulsionada pela oportunidade de emprego do marido, abriu portas para uma carreira na NASA. Após se estabelecer e formar sua família, Balijepalle, junto com sua filha fã do espaço, começou a sonhar com a possibilidade de trabalhar na agência. A oportunidade surgiu com uma vaga de administrador Linux, que ela aproveitou imediatamente. Atualmente, Latha é responsável por gerenciar servidores e aplicações Linux do laboratório, além de apoiar pesquisadores no desenvolvimento, automação e implementação de suas pesquisas.
Jeff Homola, co-líder do Laboratório de Operações Aerotransportadas, descreve Latha como “a alma do laboratório”, destacando seu papel essencial na garantia da segurança e do bom funcionamento dos sistemas. Um dos orgulhos de Latha é aprimorar suas habilidades de comunicação em inglês, já que ao chegar na NASA, teve o desafio de se comunicar em um nível técnico.
Incentivo à Superação
Refletindo sobre sua trajetória, Balijepalle destaca a importância de sair da zona de conforto. “Eu não era uma pessoa que arriscava, não pensava em sair da minha zona de conforto, mas, enquanto dirigia todos os dias pela NASA Ames, comecei a pensar nos astronautas. Eles saem da sua zona de conforto e deixam o planeta, então talvez eu também pudesse arriscar.”
Seu conselho para quem sonha em trabalhar na NASA é claro: “Comece a pensar nisso e a manifestar seu sonho. Talvez se realize, talvez não, mas você pode tentar”.
85 Anos de Inovação no Centro de Pesquisa Ames
O Centro de Pesquisa Ames, na Califórnia, celebra 85 anos de inovação, com uma atmosfera de liberdade que impulsiona avanços tecnológicos. Fundado antes mesmo da NASA, o centro sempre valorizou a liberdade de pensamento e a busca por soluções inovadoras. Joseph Sweetman Ames, que dá nome ao centro, expressou em 1935 que “a vida só vale a pena em tal atmosfera”. Esse espírito atraiu mentes brilhantes e possibilitou avanços como os primeiros passos na Lua e o desenvolvimento de tecnologias essenciais para o dia a dia.
Edward Balaban, pesquisador em inteligência artificial e robótica, destaca que essa liberdade permite a busca por ideias de alto risco e alto retorno. A colaboração entre cientistas e engenheiros do centro, assim como com parceiros comerciais e acadêmicos do Vale do Silício, fomenta novas áreas de estudo e empresas. Ross Beyer, cientista planetário, ressalta que, graças a esse ambiente, ele pode desenvolver softwares de código aberto para criar modelos 3D de terrenos, que são usados tanto para estudos na Terra quanto em missões para a Lua e Marte.
Pesquisas na Estação Espacial Internacional
A Estação Espacial Internacional (ISS) continua sendo um laboratório crucial para pesquisas científicas. Recentemente, foram publicados estudos sobre:
- Propriedades termofísicas de ligas metálicas: Pesquisadores propõem comparar modelos preditivos com resultados experimentais para avaliar dados de tensão superficial e viscosidade, essenciais em processos industriais como fundição e crescimento de cristais. A investigação da Agência Espacial Europeia (ESA), usou o Levitador Eletromagnético da estação para examinar ligas de titânio.
- Técnicas de medição de difusão térmica: Um estudo apresenta métodos para medir a difusão térmica de moléculas em misturas, utilizando o coeficiente Soret. Isso tem aplicações em geofísica e mineralogia, como na previsão da localização de recursos naturais. Investigações da ESA, como a e a , abordaram a difusão em microgravidade.
- Tecnologia de ferrofluido para controle térmico: Pesquisadores validaram o uso de ferrofluido para operar um interruptor de controle térmico em naves espaciais, o que pode aumentar a vida útil das missões e melhorar a segurança da tripulação. A pesquisa analisou o desempenho de ferrofluidos.
Avanços no Centro de Pesquisa de Voo Armstrong
O Centro de Pesquisa de Voo Armstrong da NASA, na Califórnia, está focado em pesquisas inovadoras para o futuro. Em 2024, o centro fez progressos em diversas áreas, incluindo:
- Apresentação do avião supersônico experimental X-59, que visa reduzir o estrondo sônico e abrir caminho para voos supersônicos comerciais.
- Estudos da qualidade do ar na Ásia.
- Experimentos com biologia de plantas em voos suborbitais.
- Desenvolvimento do simulador X-66, para testes em ambiente seguro.
- Testes de um modelo de asa com treliça para melhorar a aerodinâmica de aeronaves.
- Colaboração com parceiros da indústria para o desenvolvimento de aeronaves de mobilidade aérea avançada, como táxis aéreos elétricos.
- Testes de simulador de voo de realidade virtual para estudar o conforto do passageiro em táxis aéreos.
- Testes de tecnologia para aeronaves autônomas evitarem perigos.
- Uso de software OVERFLOW para prever ruídos e desempenho aerodinâmico de aeronaves.
- Desenvolvimento de um módulo de câmera com sensores para auxiliar na visão computacional para aviação autônoma.
- Testes do motor do X-59.
- Medições da qualidade do ar na Ásia usando aeronaves como DC-8 (já aposentado) e Gulfstream III.
- Integração do Gulfstream IV para coleta de dados do terreno da Terra.
- Testes de instrumentos espaciais em configurações suborbitais usando o ER-2 e o King Air.
- Validação de dados do satélite PACE.
- Coleta de dados sobre ecossistemas e mudanças na superfície da Terra com o C-20A.
- Testes de tecnologias de pouso noturno para naves espaciais.
- Testes de uma torre celular no céu para melhorar a comunicação de bombeiros.
- Desenvolvimento de uma sonda atmosférica para explorar planetas gigantes.
- Realização do workshop “Ideas to Flight” para acelerar o desenvolvimento de tecnologias de voo.
Esses projetos representam o compromisso da NASA Armstrong em explorar o universo e seus segredos para o benefício de todos.
Para visualizar o vídeo do projeto X-59:
Para visualizar o vídeo sobre a fundação do Laboratório Aeronáutico Ames em 1939:
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