O OnePlus 13 tem recebido avaliações positivas por seu desempenho e bateria de longa duração, sendo uma opção atraente na categoria de smartphones abaixo de R$ 6.900,00. Apesar disso, é prematuro considerá-lo o melhor aparelho de 2025, dada a expectativa pelos lançamentos dos concorrentes ao longo do ano.
Enquanto a competição se desenrola, é possível analisar os pontos que faltam no mais recente carro-chefe da OnePlus e que podem impedi-lo de alcançar o título de “Celular do Ano”.
Recarga sem fio Qi2: uma implementação incompleta
A OnePlus evoluiu significativamente nos últimos anos, passando de oferecer smartphones com preços competitivos para disputar o segmento premium. A empresa passou a adotar tecnologias antes negligenciadas, como certificação de resistência à água e carregamento sem fio.
O OnePlus 13, inclusive, alcançou o nível mais alto de proteção contra água e poeira (IP69), tornando-se o primeiro celular Android premium com essa característica no mercado americano. No entanto, a adoção do padrão de carregamento sem fio mais recente, o Qi2, ainda não foi totalmente implementada de forma ideal.
O OnePlus 13 é o segundo smartphone a suportar o padrão Qi2, mas a forma como a tecnologia foi integrada gerou controvérsia. Apesar de possuir um receptor de carregamento sem fio, o aparelho não inclui os ímãs necessários para garantir a eficiência ideal do carregamento.
Esses ímãs estão presentes em capas da linha “Mag” da OnePlus, que precisam ser adquiridas separadamente por um custo adicional de até R$ 250,00. Além disso, a força dos ímãs nas capas não é a mesma encontrada em carregadores totalmente compatíveis com o padrão Qi2.
Ausência de UWB: precisão de localização comprometida
A tecnologia de banda ultralarga (UWB) foi introduzida no iPhone em 2019 e, posteriormente, em celulares da Samsung e outras marcas. Apesar dos benefícios claros para os usuários, a OnePlus nunca incluiu o UWB em seus aparelhos de ponta, e o OnePlus 13 segue a mesma tendência.
Essa omissão é particularmente frustrante, pois o chip Snapdragon 8 Elite, que equipa o smartphone, possui o sistema FastConnect 7900, que suporta Bluetooth, Wi-Fi e UWB. Ou seja, a OnePlus não precisaria de um esforço adicional para integrar essa tecnologia ao aparelho. Apesar de o recurso ser opcional, sua ausência impacta a precisão de localização do celular. O UWB poderia oferecer compartilhamento de arquivos mais eficiente, além de melhor integração com casas inteligentes e recursos de segurança.
Bypass Charging: essencial para gamers
O Snapdragon 8 Elite e a tela do OnePlus 13 proporcionam uma excelente experiência de jogo. No entanto, a bateria de 6.000 mAh pode não ser suficiente para longas sessões de jogo. Uma solução para reduzir o desgaste da bateria ao jogar com o celular conectado ao carregador seria a tecnologia *bypass charging*. Esse recurso permite que o smartphone seja alimentado diretamente pelo carregador, sem usar a bateria, reduzindo o superaquecimento e permitindo jogos mais prolongados.
Sem Snapdragon Sound: falta de sutileza no áudio
Codecs como aptX HD e LDAC podem ser suficientes para a maioria dos usuários, mas quem valoriza nuances na qualidade do áudio pode sentir falta do Snapdragon Sound. Essa tecnologia permite a inclusão do codec aptX lossless, que entrega áudio de qualidade de CD (16-bit, 44.1 kHz) via Bluetooth. Embora um celular possa ser certificado com Snapdragon Sound sem oferecer o codec aptX lossless, o OnePlus 13 não oferece nenhum deles, mesmo sendo equipado com o processador Snapdragon mais recente.
Automação de tarefas: uma inspiração em outras marcas
O sistema OxygenOS passou por mudanças interessantes nos últimos anos, com a introdução de recursos como a “Dynamic Island” do iPhone. No entanto, a OnePlus poderia se inspirar em outras marcas, como a Samsung, e incluir a capacidade de automatizar ações com base em gatilhos específicos.
Esse recurso, presente em smartphones da Samsung com One UI 5 ou superior, oferece maior comodidade ao usuário. Embora seja possível usar aplicativos de terceiros, como o Tasker, para automatizar tarefas no OnePlus 13, eles podem consumir mais bateria e não oferecem a mesma integração do que uma solução nativa no sistema operacional.
O que poderia ser diferente
Em um mercado tão competitivo, o ideal seria que a OnePlus equiparasse seus smartphones com o máximo de recursos oferecidos pelos concorrentes. A ausência de tecnologias como o *bypass charging* e o suporte ao UWB, presentes em outros aparelhos premium (alguns até mais antigos), é um ponto fraco para o OnePlus 13.
A falta do Snapdragon Sound pode ser justificada pelo custo da licença da Qualcomm, mas o aumento de preço em relação ao modelo anterior exige que o celular ofereça recursos que já são padrão entre os concorrentes. A inclusão desses recursos poderia ter aumentado significativamente as chances do OnePlus 13 de receber o título de “Celular do Ano”.
Apesar de o OnePlus 13 acertar em diversos pontos, como o processador Snapdragon 8 Elite e a bateria de 6.000 mAh, suas ausências podem ser decisivas na escolha do consumidor.
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