Um episódio de violência envolvendo um motorista de aplicativo e uma passageira foi registrado no dia 26 de dezembro de 2024, em Salvador, Bahia. O caso veio à tona nesta terça-feira (7), quando o motorista Luan Felipe de Araújo, de 33 anos, concedeu entrevistas sobre o incidente, que foi gravado por uma câmera instalada em seu veículo.
O motorista relatou que aceitou uma corrida no bairro do Canela, com destino à Rua Waldemar Falcão, localizada no Horto Florestal, uma área nobre da capital baiana. Ao chegar ao destino, em frente a um condomínio, a passageira exigiu que ele entrasse com o veículo na garagem.
O trabalhador recusou o pedido, justificando que tinha outra corrida agendada e que não poderia desviar do trajeto.
Agressão dentro do veículo
A discussão começou de forma verbal, mas rapidamente escalou. Segundo Luan, a mulher argumentou que não poderia descer na rua porque estava “cheia de joias”. No vídeo capturado pela câmera do veículo, ela aparece gritando: “O senhor vai entrar, sim, porque eu não vou ficar na rua”. Em seguida, visivelmente alterada, ela agrediu o motorista com tapas e chamou-o de “imbecil”.
Após a agressão, Luan pediu para que a passageira se retirasse do veículo, informando que registraria um boletim de ocorrência. Ele explicou que buscou assistência jurídica e registrou queixa contra a passageira na delegacia local.
Resposta da Uber e suporte ao motorista
A empresa Uber se manifestou sobre o caso, classificando o uso de violência como “inaceitável”. A conta da usuária foi banida da plataforma, e o motorista recebeu suporte psicológico oferecido pela empresa em parceria com o projeto MeToo. Além disso, a Uber apagou a avaliação negativa que a passageira havia deixado no aplicativo, reiterando que está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.
Em nota oficial, a empresa destacou: “A Uber condena qualquer ato de violência e disponibilizou seus canais de suporte ao motorista. Estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar com a apuração dos fatos.”
O episódio reacendeu o debate sobre a segurança de motoristas de aplicativos, que frequentemente relatam episódios de violência em seu dia a dia. De acordo com o artigo 129 do Código Penal Brasileiro, a agressora pode responder por lesão corporal, com pena que pode variar de três meses a um ano de detenção, além de multa. Caso seja configurado um agravante, como a presença de discriminação ou humilhação pública, a pena pode ser aumentada.
A Uber também destacou que situações como essa podem ser denunciadas diretamente pelo aplicativo, que possui um botão de emergência para casos críticos.
Imagens fortalecem a denúncia
A gravação do incidente pode ser uma peça-chave no andamento das investigações. O registro audiovisual mostra claramente a agressão e a postura da passageira, o que pode reforçar a acusação contra ela. Especialistas jurídicos apontam que, em casos como este, o uso de evidências digitais, como vídeos, tende a ser determinante para decisões judiciais.
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