Valdemar Costa Neto e ex-assessor de Bolsonaro prestam depoimentos à PF em investigação de golpe

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestaram depoimentos à Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira (12/12/2024). A oitiva faz parte das investigações sobre o planejamento de um golpe de Estado que culminou nos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

A PF apura a participação de Valdemar Costa Neto e do coronel Câmara em ações que visavam minar a legitimidade das eleições de 2022. Um dos focos da investigação é um relatório produzido pelo Instituto Voto Legal, encomendado pelo PL, que alegava vulnerabilidades nas urnas eletrônicas – alegações que nunca foram comprovadas.

Segundo a investigação, esse relatório, que continha supostas irregularidades, serviu de base para tentativas de anulação do resultado eleitoral que consagrou Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. A intenção dos envolvidos, de acordo com os investigadores, era manter Jair Bolsonaro no poder.

O nome do juiz federal Sandro Nunes Vieira emergiu na investigação após análise de dados extraídos do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A PF suspeita que o magistrado tenha atuado de forma ilegal, assessorando clandestinamente o PL em ações judiciais questionando as urnas eletrônicas.

Além disso, a PF investiga a disseminação de informações falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, supostamente promovida por uma articulação entre o Instituto Voto Legal, Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro por meio das redes sociais. Essas alegações, segundo a PF, não possuíam embasamento científico.

O advogado do coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, declarou que seu cliente colaborará integralmente com a investigação, prestando esclarecimentos e respondendo a todas as perguntas. Já Marcelo Bessa, advogado de Valdemar Costa Neto, optou por não comentar a estratégia de defesa.