Apesar das ações da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para reduzir as chamadas abusivas de telemarketing, o volume desse tipo de ligação continua elevado no Brasil. De acordo com relatório da agência, entre 2022 e 2024, os brasileiros receberam mais de 1 bilhão de ligações indesejadas, sendo a maioria realizada por robôs e direcionada para mais de 100 mil números por dia. Para combater essa prática, a Anatel bloqueou 184,9 bilhões de chamadas no período, o que corresponde a 85% do total dessas ligações.
Com o objetivo de proteger os consumidores, a Anatel implementou uma nova norma que pode resultar em multas de até R$ 50 milhões para empresas que utilizam mais de um número para realizar chamadas para clientes. A medida busca reduzir ligações insistentes e evitar fraudes que se aproveitam da telefonia para prejudicar os consumidores.
A regulamentação estabelece que números inexistentes ou que não permitam o retorno da chamada serão classificados como inválidos pela Anatel. Com isso, as empresas precisarão garantir que seus contatos estejam corretamente registrados para evitar bloqueios e penalizações.
A decisão, no entanto, gera debates. Enquanto os consumidores se beneficiam da redução de chamadas excessivas e invasivas, empresas que dependem de contato ativo com clientes podem enfrentar dificuldades para manter suas operações.
Especialista alerta sobre impactos e soluções para empresas
A CEO da VIP Solutions, Kathia Alves, empresa especializada em soluções de telefonia VOIP, explica que a nova regulamentação visa, sobretudo, limitar chamadas de spam e tornar as interações telefônicas mais transparentes.
“A binagem aleatória é uma prática comum entre empresas que desejam fazer chamadas em massa, porém, sem critérios claros como, por exemplo, a identificação correta do originador da ligação”, afirma a especialista.
Para evitar sanções e manter operações dentro das novas diretrizes da Anatel, Alves destaca que ferramentas de compliance podem ser adotadas. A telefonia em nuvem, por exemplo, possibilita uma gestão eficiente e ética das chamadas, garantindo que os clientes tenham autorizado o contato, respeitando sua privacidade e reduzindo riscos de penalizações.
“A telefonia em nuvem permite que as empresas gerenciem suas campanhas de chamadas ativas de forma eficiente e em conformidade com as novas diretrizes da Anatel. Disponibilizamos ferramentas que permitem monitorar e controlar a frequência das chamadas e personalizar as abordagens, ajudando as empresas a manterem suas operações, além de aumentar a taxa de sucesso das ligações ao focar em estratégias mais direcionadas”, explica Alves.
Além disso, a especialista ressalta que empresas que utilizam sistemas de CRM devem adaptar-se à nova regulamentação. A integração de tecnologias que garantam a identificação correta do originador da chamada e a autorização do cliente para o contato será essencial para evitar bloqueios e prejuízos.
Com as novas medidas da Anatel, o setor de telemarketing enfrenta mudanças significativas, exigindo maior transparência e responsabilidade por parte das empresas, ao mesmo tempo em que busca reduzir os impactos negativos causados pelas ligações abusivas aos consumidores brasileiros.
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