A história de São José de Mipibu, cidade da Grande Natal, está intrinsecamente ligada à presença da Igreja Católica. A primeira organização de uma civilização no local ocorreu por volta de 1630, com a chegada dos Frades Capuchinhos para catequizar os indígenas Mopebus.
Em 1689, foi construída a primeira capela, dedicada a Nossa Senhora do Ó, solidificando a formação de uma comunidade católica que ultrapassa os 300 anos. A instituição da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim se concretizou em 22 de fevereiro de 1762, por decreto imperial, quando a Aldeia dos Mopebus foi elevada à Vila de São José do Rio Grande, em homenagem ao príncipe Dom Francisco José Xavier e a São José, pai adotivo de Jesus.
A construção da matriz teve início em 1740, sendo elevada à sede paroquial 22 anos depois. Entre 1842 e 1894, o Cônego Gregório Ferreira Lustosa ampliou a igreja, adicionando as duas torres, corredores laterais e altares laterais.
Em 1957, o Monsenhor Antônio Barros, que serviu à paróquia por 53 anos, realizou uma reforma significativa, substituindo os forros, o assoalho de madeira do coro e as escadas das torres por concreto. Um feito notável foi a recuperação de imagens seculares furtadas em 1977, que são tombadas pelo IPHAN. Em homenagem a ele, foi inaugurado um memorial durante o Ano Jubilar. A propósito, em São José de Mipibu se prepara para o Carnaval 2025, e a programação cultural da cidade promete ser rica.
Na primeira década do novo milênio, o Padre Josenildo Bezerra liderou uma grande restauração, devolvendo à matriz suas características originais. Os párocos seguintes, Padre Matias Soares (2010-2016) e o atual, Padre José Lenilson de Morais, focaram na conservação do patrimônio e no fortalecimento da Festa dos Padroeiros, celebrada anualmente entre 16 e 26 de julho, impulsionando o engajamento dos fiéis na vida pastoral e missionária da Igreja.
Legado e vocação
Ao longo de sua história, a paróquia formou inúmeros cristãos e cidadãos nas mais diversas áreas, como professores, advogados, religiosos, empresários, médicos e muitos outros, através de seus grupos, pastorais, movimentos e instituições.
A Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim também se orgulha de ter dado à Igreja Católica três bispos mipibuenses: Dom Heitor de Araújo Sales, Dom Manoel Tavares e Dom Francisco Canindé Palhano, além de mais de dezoito sacerdotes nativos, quatro diáconos permanentes e diversas religiosas e religiosos.
Congressos eucarísticos e ação social
A paróquia realizou quatro Congressos Eucarísticos ao longo de sua história, em 1936, 1986, 2006 e 2012. No âmbito da assistência social e educacional, destacam-se a Pastoral da Criança, a Pastoral da Sobriedade, a “Bodega Solidária”, o Abrigo Anízia Pessoa, que acolhe idosos, e o Instituto Pio XII, com 74 anos dedicados à educação na região.
Congregações religiosas como as Irmãs da Divina Providência, Religiosas do Sagrado Coração de Jesus, a Associação Pública de Fiéis Filhos de Sant’Ana e as Comunidades Shalom e Boa Nova também desempenham um papel fundamental. Em um contexto mais amplo, a Arquidiocese de Natal divulga horários das missas de Cinzas na capital e interior do RN.
Originalmente, a paróquia abrangia um vasto território, desde Papary (atual Nísia Floresta) até Santa Cruz do Inharé. Atualmente, em seu 260º ano, é formada por 47 comunidades, organizadas em 12 setores missionários, cobrindo todo o município de São José de Mipibu. Recentemente, uma diretora de escola em São José de Mipibu denunciou ameaças após restringir uso de celulares, um tema relevante para a comunidade local.
Celebração do Jubileu
Em 22 de fevereiro de 2022, durante uma celebração presidida pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, foi apresentado o brasão oficial da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, idealizado pelo Padre Robson Paulo de Oliveira Silva, Vigário Paroquial.
Na mesma época, o Prefeito Municipal José de Figueiredo sancionou a Lei Ordinária 1.269/2022, que reconhece a Festa dos Padroeiros como Patrimônio Cultural Imaterial do Município. A lei foi proposta pela vereadora Carla Simone e aprovada por unanimidade pelos vereadores.
A Matriz passou por um processo de restauração para o seu Ano Jubilar, que se estenderá até 26 de julho, dia dos Padroeiros.
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