O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar do Rio Grande do Norte, enfrenta mais uma grave crise de superlotação, de acordo com denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN).
Nesta sexta-feira (3), a sala de recuperação pós-anestésica (RPA) contabilizou 40 pacientes pós-cirúrgicos internados ao mesmo tempo, expondo as deficiências da infraestrutura e da gestão hospitalar.
Além dos pacientes acomodados na sala de recuperação, dois pacientes estão no corredor de entrada, outros quatro na ante-sala, e mais dois no corredor do centro cirúrgico. A situação evidencia a pressão sobre a unidade, que já lida com limitações estruturais e operacionais.
Fechamento do segundo andar por falta de pessoal
Outro agravante apontado pelo sindicato é a possibilidade de fechamento do segundo andar, reaberto recentemente após reforma, devido à falta de profissionais de saúde disponíveis para o atendimento. Essa medida pode impactar ainda mais a capacidade do hospital de atender à crescente demanda.
“O Sindsaúde/RN destaca que esse episódio não é isolado, mas reflete um problema sistêmico agravado pela falta de investimentos em infraestrutura e pessoal no Walfredo Gurgel. A direção do sindicato exige providências imediatas da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e do Governo do Estado para solucionar o problema, garantir assistência digna aos pacientes e melhores condições de trabalho aos servidores da saúde”, declarou a entidade em nota.
Precarização e riscos à segurança dos pacientes
A superlotação, segundo o Sindsaúde, compromete diretamente a segurança dos pacientes, especialmente em um ambiente destinado a cuidados imediatos pós-cirúrgicos. “Além do número excessivo de pacientes, a situação expõe os internados a possíveis contaminações e sobrecarrega os profissionais de saúde, que trabalham em condições insalubres para tentar garantir o atendimento mínimo”, informou o sindicato.
Ainda de acordo com a nota, a situação é consequência do subfinanciamento crônico do sistema de saúde e da precarização dos serviços no maior hospital do estado. A entidade também reforçou que a falta de condições adequadas de trabalho contribui para a sobrecarga dos profissionais, afetando diretamente a qualidade do atendimento.
Resposta da Sesap
Em resposta, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) admitiu que o hospital enfrenta uma pressão incomum nos atendimentos, especialmente em casos de ortopedia, desde o período do Ano Novo. “A gestão está trabalhando para amenizar a situação, com a transferência de pacientes e agilizando a realização de procedimentos”, informou a Sesap.
Quanto à denúncia sobre o possível fechamento do segundo andar, a secretaria negou a veracidade das informações e garantiu que a unidade continuará funcionando.
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