Uma mulher de 42 anos foi detida em São Paulo, acusada de lesar cerca de 130 clientes no Rio Grande do Norte por meio da venda de pacotes de viagens. A prisão ocorreu na quinta-feira (30), após investigações conduzidas pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) de Natal. A suspeita é acusada de estelionato e teria causado prejuízos de até R$ 30 mil a algumas famílias.
A delegacia informou que a acusada operava através de uma agência de viagens, oferecendo pacotes turísticos. Para construir confiança, ela chegou a participar de algumas viagens com os clientes. No entanto, após a venda dos pacotes, ela teria desviado o dinheiro, interrompido a comunicação com as vítimas e desaparecido. Uma festa de confraternização, planejada para o final de 2024, também foi cancelada pela suspeita, gerando mais descontentamento entre os clientes lesados.
Segundo a Polícia Civil, a prisão ocorreu no centro de São Paulo, com o apoio da 1ª Delegacia Seccional de São Paulo (PCSP) e do 3º Distrito Policial do Município. Havia um mandado de prisão preventiva emitido pela Justiça do Rio Grande do Norte.
Como funcionava o esquema
A suspeita utilizava sua empresa, devidamente registrada com CNPJ, para vender pacotes de viagens e cruzeiros, o que, inicialmente, gerava credibilidade aos clientes. No entanto, após a compra dos pacotes, os clientes passaram a não receber os serviços adquiridos, e a suspeita deixou de responder mensagens e ligações.
Uma das vítimas, a dona de casa Maria das Graças do Nascimento, relatou: “300 pessoas pagaram R$ 180 cada, ela simplesmente bateu o pé e disse que não devolvia. Sendo que a culpa era dela, que ela quem cancelou a festa. A festa não teve, enrolou todo mundo”.
Prejuízos e relatos de vítimas
A comerciante Ivaneide Souza relatou ter adquirido um pacote de viagem para Gramado, no Rio Grande do Sul, para ela, o filho e a nora, com o objetivo de visitar o evento Natal Luz em dezembro de 2024. Entretanto, a viagem foi cancelada sob a alegação de problemas causados pelas enchentes que atingiram a região no primeiro semestre do mesmo ano. “Um mês antes ela disse que não ia poder fazer essa viagem por conta de um problema que deu lá em Gramado. Disse que ia ser na páscoa, e de lá pra cá ela não deu mais notícias nem nada”, afirmou Ivaneide, que também busca o ressarcimento do valor investido.
Outro caso é o do servidor público Manoel Rodrigues, que teve sua viagem agendada para janeiro de 2025 cancelada sob o mesmo pretexto.
Uma família alega ter perdido R$ 30 mil ao adquirir um pacote de viagem com cruzeiro para cinco pessoas e também não obteve qualquer retorno da suspeita. Segundo uma das mulheres da família, “Ninguém dá notícias do paradeiro dela. Ela não atende WhatsApp, ela não atende residência, ninguém sabe onde ela está”.
O caso segue em investigação para apurar a extensão total dos prejuízos causados pela suspeita.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.