Rio Grande do Norte
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Mais de 74% dos potiguares sobrevivem com até um salário mínimo

Essa faixa é composta majoritariamente por pessoas que ganham entre meio salário e um salário-mínimo, representando cerca de 32% do total.

Um levantamento detalhado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quarta-feira (4), através da Síntese de Indicadores Sociais 2024, revelou um panorama alarmante sobre a distribuição de renda em Natal, no Rio Grande do Norte, e no Brasil como um todo.

A pesquisa mostrou que a desigualdade de renda na capital potiguar é uma das mais marcantes do país, com os 10% mais ricos concentrando uma renda 5,03 vezes superior à dos 40% mais pobres.

O índice que mede essa disparidade é chamado de Índice de Palma, uma métrica que compara a renda acumulada pelos extremos da sociedade. Em Natal, o índice ficou bem acima das médias estadual, regional e nacional, reforçando a desigualdade na cidade em relação a outras localidades. Confira os números:

  • Natal: 5,03
  • Rio Grande do Norte: 3,89
  • Nordeste: 3,41
  • Brasil: 3,60

De forma comparativa, a desigualdade em Natal aumentou nos últimos anos. Em 2014, o Índice de Palma da cidade era de 3,72, enquanto no Rio Grande do Norte, a taxa era de 3,42. Os números apontam um agravamento da concentração de renda, com os grupos mais ricos expandindo suas participações nos rendimentos totais.

Pobreza e extrema pobreza preocupam no RN

Outro dado preocupante apresentado pelo IBGE foi a situação de pobreza e extrema pobreza no estado. O relatório utilizou os critérios do Banco Mundial para definir esses termos. De acordo com o levantamento, 6,3% da população potiguar vivia em extrema pobreza em 2023, ou seja, com menos de US$ 2,15 por dia, o equivalente a aproximadamente R$ 209 por mês. Na Região Metropolitana de Natal, a taxa foi de 4,9%, demonstrando uma ligeira melhora em relação ao estado como um todo, mas ainda representando um desafio significativo.

Sem o apoio dos programas sociais, os números seriam ainda mais drásticos. No Rio Grande do Norte, a taxa de extrema pobreza quase triplicaria, alcançando 18,6% da população. Já na Região Metropolitana de Natal, o índice aumentaria para 12,7%, reforçando a importância de iniciativas governamentais no combate à desigualdade.

Quando considerada a linha de pobreza, definida como a renda de até US$ 6,85 por dia (aproximadamente R$ 665 por mês), a situação também é crítica. Com os benefícios sociais, 43,5% dos potiguares viviam nessa condição. Sem esses auxílios, o número subiria para 50,3%, evidenciando que metade da população do estado enfrentaria dificuldades severas para suprir suas necessidades básicas. Na Região Metropolitana, os números foram de 39,2% com benefícios e 43% sem benefícios.

74,8% dos potiguares ganham até um salário-mínimo

Além da desigualdade e da pobreza, o IBGE destacou a predominância de rendimentos baixos entre os potiguares. Segundo o relatório, 74,8% da população do Rio Grande do Norte vivia com rendimentos de até um salário-mínimo em 2023. Essa faixa é composta majoritariamente por pessoas que ganham entre meio salário e um salário-mínimo, representando cerca de 32% do total.

Embora a porcentagem tenha diminuído em comparação com 2014, quando era de 77,8%, a redução não foi suficiente para garantir um avanço significativo. Em 2018, o número já havia caído para 74,5%, o que indica uma estagnação no ritmo de melhora da renda no estado.

Esse cenário evidencia uma dependência crítica de programas sociais e políticas públicas para garantir o mínimo de dignidade à maior parte da população potiguar. O fato de que quase três quartos dos habitantes do estado sobrevivem com rendimentos tão baixos aponta para uma realidade de vulnerabilidade econômica que afeta tanto o consumo quanto o desenvolvimento local.

Desafios

Os dados do IBGE são um reflexo da realidade socioeconômica que assola muitas regiões do país, mas mostram que a situação em Natal e no Rio Grande do Norte é particularmente preocupante. O agravamento da desigualdade de renda, combinado com altas taxas de pobreza, expõe as dificuldades enfrentadas por uma grande parcela da população para acessar recursos básicos, como alimentação, moradia e educação.

A dependência de programas sociais, como o Bolsa Família, também reforça a fragilidade econômica das famílias mais pobres. Sem esse suporte, milhões de brasileiros, especialmente no Nordeste, cairiam em situação de miséria extrema, destacando a necessidade de políticas públicas que promovam não apenas a assistência, mas a geração de renda e inclusão produtiva.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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