O Rio Grande do Norte conta com 119 mil mulheres à frente de seus próprios negócios, segundo dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Esse crescimento reforça a presença feminina no empreendedorismo, mas as dificuldades ainda são significativas, principalmente no acesso a crédito, capacitação profissional e conciliação entre vida pessoal e trabalho.
O levantamento aponta que 45,6% dos microempreendedores individuais (MEI) no estado são mulheres, o que representa o segundo maior percentual do Nordeste. O dado, divulgado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, demonstra o avanço da participação feminina no setor, apesar dos desafios impostos pelo mercado.
Para reduzir as barreiras enfrentadas por empresárias, algumas instituições financeiras passaram a investir em programas específicos. O Sicredi é um exemplo, tendo destinado mais de R$ 14 bilhões em crédito para empresas lideradas por mulheres em 2024. No total, a carteira desse segmento ultrapassou R$ 16 bilhões em financiamento no ano passado, evidenciando a crescente busca por recursos que garantam a sustentabilidade dos negócios femininos.
Além do crédito, a cooperativa também oferece capacitação por meio do curso “Mulher Empreendedora” e do Comitê Mulher, iniciativas que já impactaram mais de 5,5 mil empreendedoras, promovendo liderança e equidade de gênero no ambiente empresarial.
História de superação no comércio potiguar
Uma das empreendedoras que encontrou suporte financeiro e estratégico no Sicredi foi Laise Ponce, dona da boutique de óculos Leon. Formada em arquitetura, ela migrou para o setor do comércio ao perceber uma demanda crescente por produtos exclusivos no mercado.
“A transição aconteceu de forma natural. Minha mãe sempre esteve ligada ao comércio, e eu fui me envolvendo aos poucos até perceber que queria investir na minha própria marca“, explica Laise.
Durante a pandemia, o aumento da clientela mostrou a necessidade de expansão. Com a loja operando em um espaço reduzido de 30 metros quadrados, clientes precisavam aguardar atendimento do lado de fora. Foi nesse momento que Laise percebeu que precisava ampliar o espaço e melhorar a experiência de compra.
“Sempre tive apoio da cooperativa, seja na obtenção de crédito ou na segurança de ter um suporte financeiro quando necessário“, relata a empresária.
Apesar de sua trajetória bem-sucedida, Laise destaca que o empreendedorismo feminino ainda impõe desafios adicionais. Segundo ela, conciliar a vida profissional e a maternidade é uma das maiores dificuldades.
“No final de 2024, tive meu primeiro filho e precisei me afastar da loja. Se não fosse a estrutura que já havia construído, teria sido muito difícil“, conta.
Empreender exige dedicação, afirma empresária
Para mulheres que desejam abrir o próprio negócio, Laise dá um conselho direto: “Dedicação total. O sucesso não vem fácil, mas com trabalho e persistência, é possível construir algo sólido“.
Olhando para o futuro, ela pretende continuar expandindo sua marca e reforça a importância da independência financeira para as mulheres.
“Toda mulher precisa ser independente financeiramente e ter seu espaço no mercado“, finaliza.
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