Após ação do Ministério Público, JMT terá 30 dias para contratar 380 jovens aprendizes

Após ação do Ministério Público, JMT terá 30 dias para contratar 380 jovens aprendizes
Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT-RN)

O Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região acolheu um recurso do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte (MPT/RN) e condenou a empresa JMT, especializada em intermediação de mão de obra, a contratar 380 jovens aprendizes no prazo de 30 dias. Além disso, a empresa deverá pagar uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos aos trabalhadores.

A decisão, publicada em 25 de maio, teve como base uma Ação Civil Pública proposta pelo procurador do trabalho no RN, Luis Fabiano Pereira, após a constatação de irregularidades pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um relatório da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) revelou que a JMT não cumpriu a cota de 401 aprendizes, tendo contratado apenas 21.

O MPT/RN tentou resolver o problema administrativamente propondo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas, segundo a própria Justiça, a empresa não se adequou. “A JMT já foi autuada por 5 vezes desde 2018, sem adotar as providências necessárias para a contratação mínima de jovens aprendizes exigida por lei. Então, optamos por instaurar o Inquérito Civil visando à adequação da conduta com urgência”, afirmou o procurador Luis Fabiano Pereira.

A empresa alegou falta de previsão de custos com aprendizes em seus contratos. No entanto, conforme explicou o procurador, a lei exige que qualquer empresa com empregados mantenha entre 5% e 15% de jovens aprendizes em suas funções que necessitam de formação profissional. “A lei é clara: qualquer empresa que mantenha empregados deve ter entre 5% no mínimo e 15% no máximo de jovens aprendizes em seus estabelecimentos, devendo tomar-se como base para a contratação o quadro de funcionários cujas funções necessitem de formação profissional”, explicou Pereira.

Luis Fabiano Pereira destacou ainda que a atuação do MPT-RN, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, já garantiu quase 1200 vagas para jovens aprendizes em empresas no Rio Grande do Norte. “Mais do que uma obrigação, essa é uma forma de transformar a sociedade oferecendo as primeiras experiências no mundo do trabalho para esses jovens. Então vamos continuar firmes, trabalhando para assegurar o direito à profissionalização de adolescentes no Estado de Rio Grande do Norte,” assegurou o procurador.

A Ação Civil Pública faz parte do projeto de incremento do cumprimento da cota legal de aprendizagem no estado, visando investigar e propor TAC ou ações civis públicas contra empresas com grandes números de vagas de aprendizagem não preenchidas.

A JMT tem 30 dias para cumprir a decisão judicial. Caso contrário, será aplicada uma multa de R$ 3.000,00 por aprendiz não contratado. A indenização de R$ 5 milhões será destinada a uma ação social a ser definida pelo Ministério Público do Trabalho.

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