Em solenidade realizada na comunidade Nova Barra de Santana, no interior do Rio Grande do Norte, o presidente Lula, acompanhado da governadora Fátima Bezerra, formalizou a ordem de serviço para a construção da Adutora do Agreste Potiguar.
O ato ocorreu nesta quarta-feira (19) durante a inauguração da Barragem da Oiticica, o segundo maior reservatório do estado, com capacidade de armazenar 742,6 milhões de metros cúbicos de água.
A nova adutora será alimentada a partir da captação de água no Rio Guaju, curso d’água interestadual que faz divisa entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, cuja bacia hidrográfica é de domínio da União.
A governadora Fátima Bezerra destacou a relevância da obra para a região: “É mais uma grande obra que o governo do presidente Lula, em matéria de infraestrutura e segurança hídrica, vai entregar ao povo do Rio Grande do Norte. O Agreste é uma região que há mais de 50 anos sofre com a escassez de água”. A governadora ainda ressaltou que a inclusão da obra no PAC foi crucial, devido ao alto custo, estimado em R$ 500 milhões.
A Adutora do Agreste Potiguar tem como objetivo principal desafogar a Lagoa do Bonfim, localizada em Nísia Floresta, que atualmente opera em sua capacidade máxima e já não consegue suprir a demanda de água potável dos municípios da região. A situação atual impõe um regime de rodízio no abastecimento, que pode se agravar caso o inverno de 2025 não seja suficiente para recarregar os reservatórios.
Detalhes do projeto e execução
O projeto executivo da adutora foi desenvolvido pela Codevasf, mas a efetivação da obra só se tornou possível após sua inclusão no PAC 3, priorizada pela governadora. A construção está sob responsabilidade da Codevasf, órgão federal vinculado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Após a conclusão, a operação do sistema será transferida para a Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte).
O Consórcio Agreste, formado pelas empresas OCC Construções e Participações (Líder), Coesa Construção e Montagens e KL Serviços de Engenharia, venceu a licitação com uma proposta de R$ 448.460.499,90.
O projeto abrange 177 quilômetros, divididos em três etapas. As duas primeiras etapas, que somam 149 km, já foram licitadas e beneficiarão 13 municípios. A Etapa 1 compreende 86 quilômetros de tubulação, atendendo aos municípios de Montanhas, Pedro Velho, Canguaretama, Nova Cruz, Santo Antônio e Serrinha, totalizando 119.832 habitantes. Já a Etapa 2, com 63 quilômetros de tubulação, beneficiará São José de Campestre, Lagoa d’Anta, Passa e Fica, Monte das Gameleiras, Serra de São Bento, Boa Saúde e Tangará, somando 59.905 pessoas.
A terceira etapa, ainda sem licitação, prevê 28 quilômetros de rede de água para atender o município de Santa Cruz, beneficiando 38.733 habitantes.
Ramal do Apodi e integração do rio São Francisco
O Ramal do Apodi, uma extensão do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), está com 72% das obras concluídas e tem previsão de entrar em operação em 2026. Com investimentos superiores a R$ 1 bilhão, provenientes do Novo PAC, o ramal visa levar segurança hídrica ao oeste potiguar, além de atender a população do Ceará e da Paraíba. Ao todo, 54 cidades serão beneficiadas, alcançando cerca de 750 mil pessoas.
Bruno Cravo, diretor do Departamento de Projetos Estratégicos da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), enfatizou a importância da obra: “Estamos comprometidos, por determinação do ministro Waldez Góes, a entregar essa importante obra de segurança hídrica para o estado do Rio Grande do Norte que será extremamente beneficiado e poderá, a partir do Ramal do Apodi, ter acesso à água do São Francisco”.
Com 115,5 quilômetros de extensão, o Ramal do Apodi inicia-se na Barragem de Caiçara, na Paraíba, e segue até o reservatório da Barragem Angicos, em José da Penha, no Rio Grande do Norte. A transposição das águas do São Francisco entre os estados se dará através do túnel Major Sales, com cerca de 6 quilômetros de extensão.
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