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Governo brasileiro exige retirada de algemas de deportados dos EUA e mobiliza FAB para transporte

O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil agiu prontamente para assegurar os direitos de brasileiros deportados dos Estados Unidos. Após um voo com problemas técnicos pousar em Manaus na última sexta-feira (24), foi constatado que os 88 cidadãos brasileiros estavam algemados. O ministro Ricardo Lewandowski informou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação, que foi considerada um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais”.

A ação imediata incluiu a determinação da retirada das algemas pela Polícia Federal, que recepcionou os deportados. A PF proibiu que as autoridades americanas voltassem a deter os brasileiros, garantindo a soberania nacional e os protocolos de segurança brasileiros.

“Os brasileiros que chegaram algemados foram recebidos e imediatamente liberados das algemas pela Polícia Federal, na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança em nosso país. A Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas.”, informou a Polícia Federal em nota.

Para garantir que a viagem fosse concluída com dignidade e segurança, o presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os deportados até o destino final, o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Os passageiros receberam acomodação, alimentação, bebidas e assistência no aeroporto de Manaus, aguardando o voo da FAB.

A aeronave KC-30 da FAB decolou de Brasília às 13h e pousou em Manaus às 14h30. A equipe da FAB também ofereceu acompanhamento médico durante o transporte. O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatizou que a dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental da Constituição Federal.

O voo inicial, proveniente dos EUA, tinha como destino Confins, mas teve que fazer um pouso de emergência em Manaus devido a problemas técnicos. A ação do governo brasileiro impediu que os deportados fossem transportados em outra aeronave do governo americano, reforçando a autonomia do país na gestão da situação. Quatro dos deportados optaram por permanecer em Manaus, enquanto os demais seguiram para Minas Gerais.

As deportações em massa foram intensificadas após o início do novo mandato do presidente americano Donald Trump. Na última quinta-feira (23), 538 imigrantes foram detidos e centenas deportados em uma operação que a Casa Branca descreveu como a “maior operação de deportação em massa da história“.

Segundo Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, além de outros imigrantes ilegais, também foram detidos indivíduos ligados a gangues e acusados de crimes graves. Trump tem reiterado o compromisso com o combate à imigração ilegal, estabelecendo medidas como a construção de um muro na fronteira com o México, o fim do asilo para quem cruza a fronteira ilegalmente, e a possibilidade de pena de morte para imigrantes ilegais que cometerem assassinatos.

Os brasileiros deportados chegaram em Confins no sábado (25), por volta das 21h, onde foram recebidos pela ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.

Este foi o segundo voo com deportados a chegar em Confins em 2025. O primeiro, com 100 pessoas, havia chegado em 10 de janeiro, durante a gestão do democrata Joe Biden. As operações de deportação em massa se intensificaram a partir de 2019, durante o primeiro mandato de Trump.

As ações do governo americano incluem:

  • Restabelecimento da política “Permaneça no México”;
  • Retomada da construção do muro na fronteira entre Estados Unidos e México;
  • Punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
  • Fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
  • Grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
  • Envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
  • Classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.

Trump também declarou emergência na fronteira com o México.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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