A prefeitura de Estreito, no Maranhão, declarou situação de emergência neste sábado (28) devido ao colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada na BR-226, que interliga o município maranhense a Aguiarnópolis, no Tocantins. O incidente, ocorrido no domingo anterior (22), resultou na queda do vão central da estrutura de 533 metros, arrastando diversos veículos para as águas do Rio Tocantins.
O trágico evento causou a morte de nove pessoas, além do desaparecimento de outras oito. Uma pessoa foi resgatada com vida. As buscas pelos desaparecidos foram retomadas por mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros. O decreto municipal, assinado pelo prefeito Leoarren Túlio de Sousa Cunha, estabelece um período inicial de emergência de 180 dias, visando mitigar os impactos ambientais, humanos e econômicos decorrentes da tragédia.
O decreto do município enfatiza a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos estadual e federal, reconhecendo o esgotamento dos recursos municipais diante da magnitude da situação. O objetivo principal é facilitar o acesso a recursos para ações emergenciais e a recuperação da normalidade. Segundo o documento, “O município mobilizou recursos humanos e materiais em larga escala, mas enfrenta o esgotamento desses recursos, sendo indispensável o apoio técnico e financeiro estadual e federal”.
Um dos grandes temores relacionados ao desastre é a potencial contaminação do Rio Tocantins, uma vez que entre os veículos que caíram estavam caminhões carregados com substâncias perigosas, como agrotóxicos e ácido sulfúrico. A prefeitura alerta para a possibilidade de “contaminação significativa” do rio por 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. O risco fez com que autoridades do Tocantins e do Maranhão emitissem alertas à população, recomendando que evitassem o consumo e uso da água do rio na região afetada.
Inicialmente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgou um parecer técnico que indicava não haver risco de contaminação das águas, com base em análises preliminares, mas ressaltou que os testes continuariam. Contudo, o decreto municipal de Estreito expressa preocupação com a quantidade de produtos perigosos lançados no rio. A prefeitura informou que mais de 19 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente, com prejuízos nas atividades agrícolas, pesqueiras e de abastecimento hídrico locais.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que uma força-tarefa está empenhada na região para apoiar a população, providenciando balsas para a travessia do rio e investigando as causas do desabamento da ponte. O Ministério dos Transportes também agiu, publicando um decreto de emergência que libera R$ 100 milhões para a construção de uma nova ponte e a remoção dos escombros.
Os esforços para lidar com essa crise estão em andamento, com diversas frentes de trabalho em busca de soluções e respostas, principalmente no que diz respeito à segurança hídrica das populações e a reconstrução da infraestrutura vital para a região.
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