Brasil

Comissão da Câmara aprova projeto que proíbe provedores de tarifar plataformas por uso intensivo da internet

A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados deu um passo significativo ao aprovar um projeto de lei que visa proteger a neutralidade da rede e evitar custos adicionais para os consumidores. O projeto impede que provedores de internet, como operadoras de telecomunicações, cobrem taxas extras de plataformas de conteúdo, como serviços de streaming e redes sociais, sob a justificativa de uso intensivo da infraestrutura de rede.

O principal objetivo do projeto de lei é barrar a prática do chamado "fair share", ou compartilhamento justo, que permitiria aos provedores de internet impor custos adicionais a empresas que geram um grande volume de tráfego de dados. A proposta, identificada como Projeto de Lei 469/24, de autoria do deputado David Soares (União-SP), foi relatada pela deputada Silvye Alves (União-GO), que recomendou sua aprovação com algumas modificações.

Princípios do Marco Civil da Internet

O deputado David Soares argumenta que a prática do fair share entra em conflito direto com os princípios estabelecidos no Marco Civil da Internet, especialmente o da neutralidade da rede. Tal princípio assegura que todos os dados que trafegam na internet devem receber o mesmo tratamento pelos provedores, independentemente de sua origem ou conteúdo. A relatora, deputada Silvye Alves, reforçou essa visão, destacando que a tarifação da internet no Brasil sempre se baseou na premissa de que os usuários são os principais responsáveis pelo custeio da utilização da rede. Este modelo, segundo ela, garante a manutenção da infraestrutura e uma distribuição equilibrada dos custos.

Segundo a deputada, "Propostas que sugerem que plataformas de streaming e redes sociais paguem mais pela infraestrutura de rede podem violar a neutralidade da rede e aumentar os custos para os consumidores finais". Ela também alertou que a cobrança diferenciada poderia criar barreiras para novos participantes no mercado de provedores de aplicações, prejudicando a inovação e a concorrência.

Alterações no texto do projeto

A relatora Silvye Alves propôs uma modificação no texto original do projeto, substituindo a expressão “cobrança por tráfego” por “tarifação baseada em tráfego”. Ela explicou que a redação inicial poderia ser interpretada como uma proibição total de cobrança, mesmo pelo fornecimento do serviço aos provedores de aplicações, o que seria considerado injusto. De acordo com a deputada, a discussão central é sobre a criação de um modelo de cobrança que vá além do simples pagamento pela conexão, visando uma remuneração baseada no volume de tráfego gerado.

Próximos passos da tramitação

O PL 469/24 ainda enfrentará uma análise conclusiva pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Caso aprovado, o projeto seguirá para votação no plenário da Câmara dos Deputados e, posteriormente, no Senado Federal, antes de ser sancionado como lei.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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