A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que pode expandir significativamente o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência. A proposta eleva o limite de renda familiar para até dois salários mínimos, alterando a regra vigente que restringe o benefício a famílias com renda per capita igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo.
A iniciativa, que teve como relatora a deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA), representa uma mudança considerável na política de assistência social. O projeto original, de autoria do deputado Dr. Fernando Máximo (União-RO), visava garantir o BPC a todas as pessoas com deficiência, independentemente da renda. No entanto, o texto aprovado pela comissão manteve o critério de renda, estabelecendo um novo teto de dois salários mínimos, o que busca equilibrar a expansão da cobertura com a responsabilidade fiscal.
Impacto Financeiro e Fiscal
Rogéria Santos, em seu parecer, enfatizou a necessidade de estimar o impacto orçamentário do aumento da cobertura do BPC, bem como medidas de compensação para manter as metas fiscais. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, em 2024, aproximadamente 3 milhões de pessoas com deficiência e 2,5 milhões de idosos recebem o BPC, totalizando uma despesa mensal de R$ 8,32 bilhões. O substitutivo da relatora altera a Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e a lei 14.176/21, que trata dos critérios de renda para recebimento do benefício.
O que é o BPC?
O BPC, criado em 1993, garante um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem condição de vulnerabilidade social por meio da renda familiar. O projeto aprovado busca ampliar o acesso a esse benefício, que é fundamental para garantir a subsistência de milhares de brasileiros.
Próximos Passos
O projeto agora segue para análise de outras comissões da Câmara dos Deputados, incluindo a de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; a de Finanças e Tributação; e a de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para ser transformado em lei, precisará ser aprovado pela Câmara e pelo Senado Federal. A tramitação ocorre em caráter conclusivo, ou seja, se aprovado nessas comissões, não precisa passar pelo plenário da Câmara, seguindo diretamente para o Senado.
A proposta visa proporcionar um suporte financeiro mais amplo e adequado a pessoas com deficiência que enfrentam dificuldades econômicas, representando um avanço importante na política de assistência social do país.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.