(ANSA) – O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro no caso que investiga a realização de obras financiadas por dinheiro público em Angola pela construtora Odebrecht.
Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, o ex-mandatário teria usado sua influência para conseguir contratos para a empreiteira no país africano. Em troca, a Odebrecht teria feito “repasses” a Lula, principalmente por meio de pagamentos de palestras ministradas pelo petista.
Segundo o MPF, “tais contratações prestavam-se tão somente a ocultar a real motivação da transferência de recursos da Odebrecht para o ex-presidente Lula”. Além disso, o inquérito inclui a Exergia, empresa de seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos subcontratada pela construtora para atuar em suas obras em Angola.
A companhia, embora com pouca trajetória no mercado, teria recebido R$ 20 milhões entre 2009 e 2015. Tais projetos foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Taiguara também foi denunciado, assim como Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas.
Se condenado à pena máxima por todos os crimes dos quais é acusado, Lula pode pegar até 35 anos de prisão. Nos próximos dias a Justiça Federal deve dizer se aceita ou não a denúncia. O ex-presidente já é réu em dois processos decorrentes da Operação Lava Jato.
No primeiro, responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$ 3,7 milhões em “vantagens indevidas” da construtora OAS, incluindo um apartamento tríplex no Guarujá (SP). No outro, é acusado de obstrução das investigações da própria Lava Jato, ao ter tentado impedir o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada, segundo o Ministério Público Federal.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.