Trabalhadores terceirizados do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, realizaram uma paralisação nesta terça-feira (21 de janeiro de 2025) em protesto contra o atraso no pagamento dos salários de dezembro de 2024. A manifestação, que afetou diretamente o setor de nutrição do hospital, foi organizada pelos funcionários da empresa JMT, contratada pelo Governo do Estado para fornecer mão de obra na unidade.
A paralisação causou transtornos aos pacientes e acompanhantes, que tiveram o fornecimento de alimentação comprometido durante todo o dia. Além do setor de nutrição, outros profissionais terceirizados, incluindo trabalhadores da higienização, lavanderia, maqueiros e vigilantes, também relataram atrasos salariais, embora não tenham aderido à paralisação até o momento. A possibilidade de uma ampliação do movimento grevista, envolvendo essas outras categorias, preocupa as autoridades e o sindicato.
Os servidores da JMT não se limitaram à paralisação das atividades. Eles realizaram um protesto em frente ao hospital, resultando em um bloqueio parcial do trânsito na Avenida Senador Salgado Filho. A manifestação chamou a atenção para a situação crítica enfrentada pelos trabalhadores e a necessidade de uma solução imediata por parte do governo.
Sindsaúde critica terceirização e denuncia assédio moral
O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) emitiu uma nota de repúdio à situação, cobrando uma resposta enérgica do governo estadual. Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde, criticou a prática da terceirização, afirmando: “Não basta o Governo do Estado terceirizar os serviços. Ainda faz a contratação de várias empresas diferentes, como forma de dividir e impossibilitar uma luta conjunta desses trabalhadores e trabalhadoras”.
O sindicato também denunciou casos de assédio moral praticado por supervisores contra os trabalhadores que participaram da paralisação. Segundo o Sindsaúde, “muitas vezes, as jornadas nos locais de trabalho são dificultadas com o intuito de calar a categoria”. A organização sindical reforça a legitimidade da luta dos trabalhadores e solicita uma intervenção urgente para resolver a problemática dos atrasos salariais e o assédio moral.
Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) informou que realizou uma reunião na segunda-feira (20 de janeiro de 2025) com representantes dos trabalhadores da JMT e da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz). A Sesap garante que o pagamento dos salários atrasados será efetuado até o final da semana. A secretaria afirma ainda estar “monitorando a situação para evitar quaisquer problemas no atendimento à população na unidade”.
A situação no Hospital Walfredo Gurgel, o maior hospital público do estado, permanece tensa. A greve dos trabalhadores terceirizados do setor de nutrição expõe as fragilidades do sistema de terceirização e a necessidade de garantir os direitos trabalhistas de todos os profissionais que atuam na unidade.
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