Um levantamento do Serasa revela que 45,67% da população adulta do Rio Grande do Norte está inadimplente, um dos maiores índices do Nordeste. Os dados, referentes a outubro de 2024, mostram que o valor médio das dívidas é de R$ 1.457,48, com a maior parte vinculada a bancos, cartões de crédito e contas de água, energia e gás.
Diante deste cenário preocupante, o consultor de negócios da Central Sicredi Nordeste, Erli Bandeira, destaca a importância de reavaliar os hábitos financeiros e adotar um planejamento eficiente para o ano de 2025. Segundo o especialista, o primeiro passo é compreender a real situação financeira.
“Entender como o dinheiro está sendo gasto é essencial para priorizar o que realmente importa e tomar decisões conscientes sobre as finanças“, afirma Bandeira.
Para auxiliar na organização financeira, o consultor compartilha cinco passos fundamentais:
1. Diagnóstico Financeiro Completo
É importante entender todos os aspectos que afetam o orçamento. Liste todas as fontes de renda e categorize os gastos em fixos (aluguel, contas de consumo), variáveis (supermercado, transporte) e ocasionais (viagens, presentes). Esta análise detalhada permite identificar para onde o dinheiro está indo e onde é possível reduzir excessos. “Sem esse panorama, é impossível planejar ou estabelecer prioridades. O diagnóstico financeiro é a base para qualquer mudança positiva. Hoje existem muitas ferramentas práticas que auxiliam nisso”, orienta Bandeira.
2. Metas Claras e Alcançáveis
Defina objetivos de curto, médio e longo prazo, como quitar dívidas, criar uma reserva de emergência ou investir em novas habilidades. Metas simples, como poupar uma porcentagem da renda mensal, podem ser mais fáceis de seguir e ajudam a criar o hábito de economizar. “Metas realistas não só facilitam o planejamento como também aumentam a motivação ao longo do processo. São essas metas que podem dar a cada um foco e um direcionamento em vários outros aspectos de nossa vida”, destaca o consultor do Sicredi.
3. Orçamento Mensal Equilibrado
Com base no diagnóstico financeiro, elabore um orçamento que priorize o essencial e elimine gastos desnecessários. Uma estratégia eficaz é aplicar a regra 50-30-20:
- 50% para despesas essenciais (moradia, alimentação, transporte);
- 30% para desejos (lazer, hobbies);
- 20% para investimentos e quitação de dívidas.
“Um orçamento bem estruturado ajuda a evitar surpresas e permite que você destine recursos para o que realmente importa. Claro que essa pode não ser a realidade de todos, mas é um bom caminho que precisa ser planejado”, explica Bandeira.
4. Reserva de Emergência
Especialistas recomendam que a reserva de emergência cubra de 3 a 6 meses de despesas essenciais. Destine um valor fixo mensal para uma aplicação de boa liquidez, acessível em caso de necessidade. “A reserva de emergência é uma proteção contra imprevistos, como uma despesa médica, uma perda de emprego ou reparo inesperado, e pode evitar o grande percentual de endividamento das famílias como observamos no estado”, orienta o consultor.
5. Uso Consciente do Crédito e Investimento no Futuro
Ao recorrer ao crédito, planeje com antecedência e compare as condições oferecidas. Evite empréstimos que comprometam mais de 30% da renda e priorize opções com taxas mais justas. Diversifique seus recursos por meio de investimentos, alinhados ao seu perfil financeiro e objetivos de longo prazo.
“Usar o crédito de forma consciente é essencial para que ele se torne uma solução, e não um problema. As cooperativas de crédito desempenham um papel importante nesse sentido, oferecendo aconselhamento presencial para que cada caso seja analisado de forma personalizada por especialistas. Com disciplina e planejamento, é possível organizar as finanças e transformar 2025 em um ano mais tranquilo e seguro”, finaliza Bandeira.
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