O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou que vê a possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul como uma “federação partidária”, onde haveria manutenção da autonomia financeira e de governança das empresas. As companhias aéreas anunciaram um memorando de intenção de fusão na quarta-feira (15). A operação ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A fusão, caso concretizada, resultaria em um controle de 60% do mercado de aviação civil nacional pelas duas empresas. O ministro enfatizou que o governo não permitirá aumentos nas tarifas aéreas. “Tanto Anac quanto ministério, todo nosso conjunto vai estar vigilante em relação ao preço da passagem aérea, para que isso não aconteça [o aumento]”, afirmou Costa Filho.
Embora o governo não possa intervir diretamente nos preços das passagens, o ministro ressaltou que espera “solidariedade” das companhias em relação a esse tema. Ele mencionou que a possível fusão poderia levar ao aumento do número de destinos, com a transferência de aeronaves entre os destinos atendidos por ambas as empresas.
Paralelamente, as ações da Azul e da Gol registraram forte alta nesta quinta-feira (16) após o anúncio da possível combinação dos negócios. As ações da Azul subiram mais de 8% e as da Gol, mais de 12% no início do pregão. A Gol está listada na B3 sob a rubrica “Outras Condições”, após ter entrado com pedido de reestruturação nos EUA.
A Abra, controladora das companhias aéreas Gol e Avianca, comunicou que assinou um memorando de entendimento com a Azul para união dos negócios no Brasil. De acordo com a Gol, o acordo representa uma fase inicial de negociação para analisar a viabilidade da operação. Caso a fusão seja concretizada, as empresas manterão suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
A Azul divulgou um comunicado afirmando que a união dos negócios permitirá melhorias nas ofertas aos clientes e o crescimento e desenvolvimento da aviação no Brasil, por meio de uma malha que serve o maior número de destinos, apoiada por uma frota flexível e com foco na excelência do atendimento.
As duas companhias aéreas têm enfrentado dificuldades financeiras desde a pandemia de Covid-19, sendo forçadas a reestruturar dívidas e gerenciar custos. A Azul precisou fechar acordos para eliminar obrigações financeiras, enquanto a Gol entrou com um pedido de reestruturação nos Estados Unidos, sob o “Chapter 11” da lei de falências norte-americana. O objetivo da Gol com o processo é reestruturar suas dívidas, estimadas em R$ 20 bilhões, e fortalecer a estrutura de capital para sustentabilidade no longo prazo.
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