Telescópio Hubble revela anel de Einstein e galáxias distantes em imagem do Ano Novo

O Telescópio Espacial Hubble, da NASA/ESA, capturou uma imagem impressionante de uma pequena área do céu na constelação de Hidra, revelando uma variedade de estrelas e galáxias a distâncias incríveis. A imagem, divulgada recentemente, destaca a capacidade do Hubble de observar objetos cósmicos que se estendem por vastas distâncias, desde estrelas próximas em nossa própria galáxia, a Via Láctea, até galáxias muito mais distantes.

As estrelas mais próximas em primeiro plano são facilmente identificadas pelas linhas de difração que irradiam de suas fontes de luz, resultado da interação com os espelhos do telescópio. Uma estrela brilhante, localizada na borda de uma galáxia azulada proeminente, está a apenas 3.230 anos-luz de distância, de acordo com medições do observatório espacial Gaia da ESA.

Atrás desta estrela, encontra-se a galáxia LEDA 803211. Localizada a cerca de 622 milhões de anos-luz, sua região central é visível, assim como aglomerados de estrelas espalhados pelo seu disco. Muitas das galáxias mais distantes na imagem aparecem como pontos, sem estrutura discernível, mas sem as linhas de difração das estrelas em nossa galáxia.

Entretanto, o destaque da imagem é um par de galáxias: uma galáxia dourada, de aparência lisa, cercada por um anel quase completo, situado no canto superior direito. Esta configuração incomum é o resultado de lentes gravitacionais, um fenômeno em que a luz de objetos distantes é distorcida e ampliada pela presença de um objeto massivo, como uma galáxia. Este efeito, previsto por Albert Einstein em sua teoria da relatividade geral, resulta na formação de anéis, como este, conhecidos como anéis de Einstein.

A galáxia cuja imagem vemos como um anel está localizada a uma distância notável, sendo observada como era quando o universo tinha apenas 2,5 bilhões de anos. A galáxia que atua como lente gravitacional está, provavelmente, muito mais próxima. Este alinhamento quase perfeito entre as duas galáxias é necessário para nos oferecer um vislumbre raro da vida galáctica nos primeiros dias do universo.